A Comissão de Direitos Humanos da Índia (NHRC) investiga o caso de um bebê que foi vendido três vezes em dez dias, sendo que a última delas teria sido através do Facebook, informou nesta terça-feira (30) à “Agência Efe” uma fonte oficial.
“Pedimos relatórios aos delegados de Ludhiana e Nova Délhi para que expliquem como a criança foi sequestrada ainda no hospital em que nasceu”, afirmou Jaimini Kumar Srhivastava, porta-voz da Comissão da NHRC.
O organismo estatal de direitos humanos também solicitou um relatório ao Ministério da Mulher e Desenvolvimento da Infância.
O bebê nasceu no último dia 3 de abril em um centro médico particular de Ludhiana, no estado de Punjab, sendo que o próprio avô materno disse a sua filha que o mesmo tinha morrido.
De acordo com a imprensa local, após uma semana, esse mesmo avô vendeu o recém-nascido por US$ 833 e uma garrafa de licor a uma enfermeira do hospital.
Mais tarde, a mesma criança foi vendida por US$ 5,5 mil a um assistente de laboratório, que, por sua vez, o revendeu por US$ 14,8 mil a um empresário de Nova Délhi, com quem havia se comunicado através do Facebook.
Embora a mãe da criança em questão tenha registrado uma denúncia após ter desconfiado do dinheiro em poder de seu pai, a polícia demorou duas semanas para registrar a ocorrência.
Finalmente, no dia 24 de abril, as forças de segurança prenderam o avô da criança e outras três pessoas envolvidas neste caso, enquanto o bebê retornou outra vez para sua mãe.
Segundo as investigações preliminares policiais, o avô revelou que queria que sua filha, que foi abandonada por seu marido, se casasse novamente e, por isso, o bebê não era bem-vindo aos seus olhos.
“Ele pensou que, ao se desfazer da criança, poderia acabar com o primeiro casamento de sua filha”, explicou um delegado de polícia de Ludhiana Ishwar Singh ao canal “NDTV“.
Segundo números do governo, um menor desaparece a cada oito minutos na Índia, o que em 2011 supôs o desaparecimento de 60 mil crianças, das quais apenas 22 mil nunca foram encontradas e, certamente, acaram sendo vítimas de redes de tráfico de menores.