As mudanças de comportamento e hábitos sociais nos últimos anos vêm aumentando com o crescimento do consumo de novas tecnologias digitais e, por isso, a informação começa a adquirir um novo valor quantificável nessas plataformas, apontam especialistas.

Segundo o presidente do Instituto Verificador de Circulação (IVC), Pedro Silva, a transformação cultural está no ambiente digital, com as atividades de um “consumidor”, ao longo das 24 horas do dia e sempre relacionadas ao uso de tecnologias, como as móveis.

As pessoas “se levantam e pegam o smartphone e esse conceito de alcance muda o cenário atual, já que a frequência (de acesso) e conteúdo estão relacionadas à atenção e ao tempo de dedicação do consumidor”, explicou Silva à Agência Efe.

As mudanças do mercado digital envolvem a rentabilidade dos conteúdos frente à realidade do século XXI e como as pessoas vão querer se informar tendo à frente um modelo provável de “multiplataforma”, citou.

Silva e outros especialistas participaram no final de novembro em São Paulo do Seminário da International News Media Association (INMA), realizado pela primeira vez no Brasil.

Jornais europeus e brasileiros foram dados como exemplos de experiências que estão sendo testadas para monetizar o valor da informação, além de discutir como a sociedade tecnológica acrescenta outra forma de interação globalizada por causa da conexão na rede.

Entre as preocupações mais “latentes” frente aos novos desafios exigidos pela transformação estão a inovação e a produção de conteúdos para uma realidade digital, na qual as pessoas estão imersas, segundo os especialistas.

Os modelos de gestão de negócios na era digital foi outro dos temas de discussão do encontro em São Paulo, que propôs definir se é melhor pagar ou tornar disponíveis conteúdos online gratuitamente.

Entre os principais jornais do mundo, como “The New York Times”, o acesso ao conteúdo é pago no chamado sistema “paywall”, modalidade seguida pelos maiores periódicos brasileiros: “Folha de São Paulo”, “O Globo”, “Zero Hora” e anunciado no encontro por “O Estado de São Paulo” para 2014.

O fundador e presidente da Amazon, Jeff Bezos, considerou que o desafio é pensar que a “gratuidade” não é o fator de audiência, já que a ideia é participar da “cesta informativa” à qual o leitor tem acesso em um segundo ou terceiro clique.

Para o diretor de conteúdo do “Estadão”, Ricardo Gandour, este formato monetário pode crescer mais rapidamente entre os meios de comunicação brasileiros e essa é uma justificativa para adotá-lo.

A diretora-executiva do espanhol “El País” para o Brasil e América Latina, Isabel Amorim, enquanto isso, apresentou detalhes da versão do novo portal de notícias em português, com “identidade brasileira”, que foi lançado em São Paulo no último dia 26 de novembro.


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Novas tecnologias e transformação cultural dão novo valor à informação