Todd Phillips, que dirigiu a trilogia Se Beber, Não Case! e
foi co-roteirista dos dois últimos filmes, garante que ser politicamente
incorreto nunca foi uma coisa planejada durante a criação das histórias. “Queríamos
que fosse engraçado e por isso é claro que ultrapassamos alguns limites, mas
nunca pensamos nisso de politicamente correto ou não”, afirmou.

Em sua primeira visita ao Brasil, Phillips admitiu que o
segundo filme da trilogia poderia ter sido feito no Rio de Janeiro. “Estávamos
entre o Rio e Bangcoc, são duas cidades muito propícias para se tomar decisões
erradas”, brincou o diretor.

E é como a tomada de uma série de decisões erradas que ele
classifica a jornada do Bando de Lobos. No terceiro filme, são justamente as consequências
disso que aparecem, segundo ele. “Já mostramos que as mesmas coisas absurdas
podem acontecer duas vezes com as mesmas pessoas – e isso foi proposital, essa
era a graça – mas agora quisemos fazer uma reflexão sobre os erros que eles
cometeram das outras vezes. De certa forma, eles agora vão acertar contas e
pagar por esses erros dos outros filmes”, explica.

Por isso, segundo Phillips, foi tão importante focar em
Alan, personagem de Zach Galifianakis, sempre o mais inconsequente. “Os
personagens amadurecem e ninguém melhor para ilustrar isso do que Alan, o menos
maduro de todos”, diz. “Mas é claro que sendo esses caras quem são, não se pode
esperar que eles mudem totalmente. Até por isso existe a brincadeira da cena
pós-créditos. O fim do filme é sério e causa impacto. Queríamos mostrar que, no
final das contas, eles continuam sendo aqueles caras. Podem amadurecer,
melhorar, mas não vão se tornar outras pessoas”, justifica.

Também por isso ele optou por encerrar o filme com a cena
dos quatro amigos caminhando juntos, intercalada com imagens parecidas dos
longas anteriores. “Chegamos a filmar cenas da festa, mas quando gravamos essa
ficou claro que era ali que estava o nosso final, tinha que ser ela”, conta,
reforçando que isso realmente significa o fim e que não pretende de forma
alguma fazer um quarto filme.

Ainda durante a coletiva, Phillips mencionou um retorno e
uma ausência marcantes no encerramento. “Foi muito legal ter Carlos de volta, e
é o mesmo garotinho. O melhor é isso, você pode reconhecer os olhinhos e as
bochechas dele. E foi bem fácil encontrá-lo, somos amigos no Facebook”,
brincou.

Já o ex-boxeador Mike Tyson ficou de fora por um motivo
muito simples, segundo ele. “Amamos Mr. Tyson. Chegamos até a falar com ele,
mas achamos que não se encaixaria na história. Ficaria um pouco forçado e
achamos melhor que ele não aparecesse desta vez”, disse.

Ciente de que sua trilogia já influenciou outros filmes – os
exemplos mais claros são Projeto X, do qual ele foi produtor, e o recente Finalmente 18, que tem os mesmos roteiristas do primeiro Se Beber, Não Case!
Todd Phillips não se preocupa com um possível esgotamento do gênero e menos
ainda com a associação de seu nome a isso.

“Não posso responder pelos outros, mas já fiz outros filmes,
sei fazer tipos diferentes de comédia e é isso que vou continuar fazendo”, diz,
mencionando como exemplo Um Parto de Viagem, também com Galifianakis e com Robert
Downey Jr
.


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Ser politicamente incorreto foi apenas consequência, garante diretor da trilogia Se Beber, Não Case!