O Atlético Mineiro fez jus ao mando de campo, e mesmo sem vencer nesta quinta-feira (30) o Tijuana, com quem empatou em 1 a 1, fez história de maneira dramática, ao se classificar para as semifinais da Taça Libertadores.

O grande nome da classificação acabou sendo o goleiro Victor, que defendeu pênalti aos 47 minutos do segundo tempo, garantindo a classificação do único brasileiro entre os quatro melhores times da competição continental, feito inédito na história do clube mineiro.

O Atlético já chegou a participar de uma semifinal de Libertadores, mas em formato diferente ao do atual. Na temporada 1978, esta fase era disputada em duas chaves de três equipes. O Galo foi o último no grupo A, atrás de Boca Juniors – que acabou campeão – e River Plate, terminando na sexta colocação geral, sua melhor posição até este ano.

O roteiro dramático da partida começou a se desenhar aos 25 minutos primeiro tempo, quando Duvier Riascos abriu o placar para o time visitante. Foram 15 minutos virtualmente eliminado, até que Réver concluiu cruzamento de Ronaldinho Gaúcho e empatou o jogo, naquele que foi o gol que eliminou uma pedra no sapato do futebol pentacampeão do mundo nesta Libertadores.

O time mexicano já havia enfrentado dois brasileiros em sua primeira participação na competição. O Corinthians foi o rival na fase de grupos e o Tijuana derrotou o Alvinegro em casa por 1 a 0, quebrando invencibilidade de 16 jogos do campeão da América em 2012. Depois o Timão venceu por 3 a 0, no Pacaembu.

Nas oitavas de final foi a vez do Palmeiras, que acabou dando adeus ao torneio diante da equipe sediada na região fronteiriça entre México e Estados Unidos. Primeiro, empate em 0 a 0 em Tijuana, seguido de uma ótima vitória por 2 a 1, também no Pacaembu.

O Atlético retornará a atuar pela Taça Libertadores em julho, quando enfrentará o Newell’s Old Boys, da Argentina, que ontem eliminou o Boca Juniors. Na outra semifinal, o Olimpia, algoz do Fluminense, encarará o Santa Fé.

Para a partida de hoje, com todo o elenco à disposição, inclusive Leonardo Silva e Richarlyson que se recuperaram recentemente de lesão, o técnico Cuca escalou seu time titular. Na frente, o quarteto que vem aniquilando rivais, um a um, estava presente: Ronaldinho Gaúcho, Bernard, Diego Tardelli e .

Com transferência para o Huracán, da Argentina, seu país de origem, já anunciada, o técnico Antonio Mohamed surpreendeu. Minutos antes do jogo El Turco divulgou que deixaria o atleta mais habilidoso do elenco, Fidel Martínez, no banco de reservas, para dar lugar ao zagueiro Oliver Ortiz.

E quem esperava um Tijuana acuado contra um Galo avassalador, se enganou. Logo na saída de bola o time mexicano foi para cima, e com 11 segundos, após arrancar pela direita, Riascos acertou um forte chute, obrigando Victor a fazer grande defesa.

Diante de um rival que marcava impiedosa e incansavelmente, o goleador Diego Tardelli tentou responder assim que foi possível. Aos 3 minutos, o atacante disparou de fora da área, em chute cheio de veneno, que parou na defesa de Saucedo.

Logo, o ímpeto inicial foi contido, muito em função da atuação do árbitro chileno Patrício Polic, que marcava inúmeras faltas, principalmente no campo de ataque do Atlético Mineiro, para desespero da torcida que lotou o Independência.

E se a massa atleticana já estava apreensiva, viu se formar um grande nó na garganta aos 14 minutos, quando Gandolfi escorou de cabeça para as redes, cobrança de falta da intermediária. A arbitragem, no entanto, anulou o lance, marcando impedimento do defensor argentino.

A tensão, porém, não diminuiu. Faltava ao Atlético finalizar em gol, justamente o que conseguiu fazer o Tijuana aos 25 minutos do primeiro tempo. Em rápido contra-ataque, Ruiz acertou cruzamento na medida e encontrou Riascos, que finalizou com estilo e abriu o placar.

A resposta atleticana foi rápida e por pouco não terminou no gol de empate. Aos 27, Diego Tardelli serviu Marcos Rocha que bateu forte, parando na defesa de Saucedo. Mais 10 minutos e uma nova chance, quando Ronaldinho Gaúcho cobrou uma falta, sem muita precisão, por cima do gol do Tijuana.

A explosão alvinegra veio aos 40 minutos do primeiro tempo, quando Ronaldinho Gaúcho cobrou falta na direita. A bola cruzou toda a área até encontrar um dos artilheiros da equipe na temporada, o zagueiro Réver, que escorou para as redes, marcando seu segundo gol na Libertadores, e sétimo no ano.

Assim como iniciou a partida, o Atlético começou o segundo “classificado”, já que tanto 0 a 0, como 1 a 1, eram resultados favoráveis ao time mineiro. Com isso, Antonio Mohammed colocou em campo o equatoriano Fidel Martínez, que teve breve passagem pelo Cruzeiro, no lugar de Ortiz.

E a etapa complementar começou muito nervosa, com diversas faltas, entradas duras e sem chances de gol. Aos 9 minutos, por pouco Saucedo não dá uma força e o Galo vira o jogo. Após cruzamento da direita, o goleiro mexicano não alcançou a bola e por pouco Jô não cabeceia para as redes. O atacante se esticou todo, mas errou o alvo, jogando por cima do travessão.

Como o segundo tempo tinha pouca movimentação ofensiva, os técnicos fizeram alterações. No Tijuana, entrou Piceño no lugar de Moreno, e no Atlético, aos 20 minutos, Luan substituiu Bernard, que teve atuação apagada.

E o primeiro a aparecer foi o atacante mexicano, que após vacilo da defesa do time casa, recebeu de Riascos e ficou cara a cara com Victor. O goleiro se agigantou e com os pés conseguiu bloquear a finalização do adversário.

Vendo seu time ser pressionado contra um adversário que precisava desesperadamente de um gol, faltando pouco menos de 15 minutos, Cuca colocou o experiente Josué no lugar de Marcos Rocha.

E a reta final do duelo se tornou alucinante. Aos 35 minutos, Arce cobrou falta da entrada da área e acertou o travessão de Victor. Pouco depois, após bate e rebate na intermediária do Tijuana, Jô tentou, mas não conseguiu finalizar para o gol.

Pouco depois, o atacante deixou o campo para a entrada de Alecsandro. E mesmo sem a participação do reserva, o Atlético quase marcou aos 44 minutos, quando Ronaldinho serviu Luan, que disparou pela direita e finalizou em cima de Saucedo.

Nos acréscimos, após chutão da defes afeito por Arce, Marquez, que entrara no lugar de Ruiz, deu um leve toque de cabeça e quando a bola sobraria para Aguilar, Leonardo Silva acabou fazendo falta no adversário dentro da área, cometendo pênalti.

O goleador Riascos foi para a cobrança, tomou longa distância e soltou a bomba no meio do gol. Victor caiu para a direita e defendeu com os pés, para delírio da massa atleticana, que só precisou esperar o fim do jogo, para enfim soltar o grito de classificado da garganta.


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Victor vira herói, pega pênalti aos 47, e Atlético avança na Libertadores