Metallica joga para galera e privilegia faixas rápidas e pesadas
Diante de um mar de camisas pretas, o Metallica jogou para a torcida e escolheu um repertório com músicas rápidas e pesadas, especialmente de álbuns dos anos 80 como KIll ‘Em All, Ride The Lightning e Master of Puppets.
O show previsto para 0h05, começou apenas às 0h40. Mas o público esperou pacientemente e aumentou a ansiedade pelo show. E, não foi em vão, o que se viu, com o perdão da expressão, foi uma micareta do metal.
Mas houve espaço para músicas como Sad but True, Nothing Else Matters e Enter Sandman, do quinto álbum, disco de 92 que se chama apenas Metallica e por ter a capa toda preta é chamado de Black Album.
Por esse trabalho, a banda conquistou uma penca de fãs para além das fronteiras do metal, mas perdeu outros mais puristas. One, do Justice for All, álbum de 89, que parece ter aberto caminho para o álbum preto, também entrou no repertório.
Com suas guitarras ritmadas, os solos estilo “briga de rato” de Kirk Hammett, pela profusão de notas e por explorar as regiões mais agudas do instrumento, a demolição promovida pelo baterista Lars Ulrich e seu casamento em comunhão total de bens com o baixo de Robert Trujillo. Este, um cara que lembra um chefe indígena com suas trancinhas e mais ainda Cliff Burton, o mítico baixista dos primeiros dias de Metallica, por sua técnica.
A faixa escolhida para fechar a apresentação, a pedrada Seek & Destroy, do Kill ‘Em All, de 83, é emblemática. Curioso que a banda tenha de dar um passo para trás para agradar. Seus integrantes, no entanto, parecem ter percebido que mais vale um proletário de preto que trabalha o ano inteiro para estar diante dos seus ídolos por algumas horas e faz disso um momento único, que meia dúzia de posers que acabaram de descobrir o rock pesado.
Esses tais homens e mulheres de preto, junto a outras dezenas de milhares, são capazes de deixar tudo ao redor faiscando. Algo que também pode ser chamado de uma experiência mística.