Virgula Festivais faz balanço do 4º dia; veja fotos
Com a Cidade do Rock inteiramente tomada de preto, o Rock in Rio (RIR) reiniciou sua 13ª edição (a quinta em terras cariocas) nesta quinta-feira (19) e, distante do pop internacional visto até então, convenceu os mais de 80 mil metaleiros presentes ao som de Sepultura + Tambour du Broxn, Rob Zombie, Ghost B.C, Alice in Chains e, é claro, Metallica, o principal destaque da noite.
Ao contrário da última edição (de 2011), que contou apenas com uma data reservada ao rock pesado, a primeira das duas noites reservadas ao metal começou mesmo depois da abertura do palco Mundo, embora já tivesse apresentado República + Dr. Sin + Roy Z, Almah + Hibria e Sebastian Bach, que, ao resgatar clássicos de sua finada banda Skid Row, não passou despercebido pelo Sunset.
Após uma queima de fogos em cima do fim da apresentação de Bach, quando grande parte do público já aguardava as principais atrações da noite no palco principal, o Sepultura entrou em cena com o notável reforço dos 17 percussionistas do Tambours du Bronx. “Finalmente o dia do metal chegou”, resumiu o guitarrista Andreas Kisser logo após Kaiowas, música que abriu o show.
Na sequência, sob os vocais do americano Derrick Green, o Sepultura veio com Spectrum, Refuse/Resist, Sepulnation e Delirium, entre outras. Mostrando um bom entrosamento com os franceses, que, inclusive, tocaram as próprias Fever e Requiem, a banda brasileira levantou o público e, antes do grande final com Roots Blody Roots, surpreendeu com Firestarter, do Prodigy.
Assim como o ex-vocalista do Skid Row, que se esforçou para agradar o público no Sunset, Rob Zombie também surpreendeu com seu circo dos horrores. Todo performático e com foco no seu último disco, Venomous Rat Regeneration Vendor, o musico e cineasta (ex-White Zombie) se entregou, foi para galera e convenceu. “Olê, olê, Zombie, Zombie”, retribuíram os “headbangers”.
Com um som notavelmente mais baixo que o do Sepultura e uma sonoridade menos agressiva que a de costume, a banda sueca Ghost B.C, formada há menos de cinco anos, veio ao RIR para celebrar sua primeira “missa” no país e não decepcionou os fiéis, já que, neste caso, a referência sacra faz parte de uma atmosfera ainda mais demoníaca.
Sob o comando de uma espécie de “papa do metal”, os suecos – que possuem suas identidades preservadas – fizeram um bom show, mas, diante de tanto mistério, o som macabro proposto pela banda não chegou a assustar tanto. Ao menos, não como previam os metaleiros presentes.
Depois de um intervalo de meia hora sem som no palco principal, o único ativo da noite neste momento, o Alice in Chains entrou em ação para matar as saudades dos fãs e apresentar seu “metal não-tradicional”, como defende o baterista Sean Kinney, hoje acompanhado por William DuVall (vocal), Mike Inez (baixo) e Jerry Cantrell (guitarra), o outro remanescente.
Vinte anos depois de sua última apresentação no Rio, quando ainda mantinha sua formação original (com Layne Staley e Mike Starr), o quarteto de Seattle trouxe uma receita simples e sem segredo: som de peso, principalmente com os clássicos dos dois primeiros álbuns de estúdio, Facelift (1990) e Dirty (1992) – caso de Man in the Box, momento ápice do show de apenas uma hora.
Uma das atrações mais esperadas entre os fãs de metal – a outro é o velho Iron Maiden, que encerra o festival no próximo domingo -, o Metallica voltou ao Rio após a inesquecível exibição realizada no último RIR, mas agora com o desafio de não cair na repetição de três visitas nos últimos três anos. No entanto, nenhum dos presentes se queixaria de um possível “de novo”.
Diante da ansiedade dos fãs em um novo intervalo – este mais longo – e com o Parque dos Atletas lotado, a banda liderada por James Hetfield (vocais e guitarra) e Lars Ulrich (bateria) subiu ao palco Mundo às 0h35 pronta para um grande espetáculo, com direito a pirotecnia e um repertório baseado no filme-concerto do quarteto, Through the Never, dirigido por Nimród Antal e que ainda não foi lançado por aqui (4 de outubro), mas será exibido no Festival do Rio.
Logo depois de uma pequena introdução de Ecstasy of Gold, do tributo a Ennio Morricone, só veio “pauleira” das antigas, com Hit the Lights, Master of Puppets e Holier Than Thou, e sem tempo de respirar. Após uma breve pausa, a sequência foi retomada no mesmo ritmo e vieram Harvester of Sorrow, The Day Never Comes e The Memory Remains, Sanitarium, entre outras.
No final, após uma sequência arrasadora – com Nothing Else Matters, Enter Sandman, Creeping Death e Battery, o Metallica pôs fim a mais uma grandiosa exibição com o clássico dos clássicos Seek and Destroy, música que encerrou o quarto dia de festival com “banda de ouro”, para metaleiro nenhum botar defeito.