Michael Jackson


Créditos: Getty Images

A Corte Superior do condado de Los Angeles recebeu nesta segunda-feira (29) a primeira sessão de um novo julgamento em torno da morte de Michael Jackson, que tem agora como litigante a mãe do Rei do Pop, que acusa a promotora AEG Live de ser a responsável civil pelo falecimento do artista.

Acompanhada de Rebbie e Randy, irmãos do cantor, a matriarca do clã Jackson, Katherine, foi ao tribunal no centro de Los Angeles, onde seu advogado Brian Panish tomou a palavra para apresentar seu caso a um júri composto de 12 pessoas cujo veredicto pode valer bilhões de dólares.

Panish culpou a AEG Live de pressionar o Rei do Pop e ignorar seu delicado estado de saúde com o único objetivo de fazer um grande negócio com a volta de Michael Jackson aos palcos, prevista para julho de 2009 em Londres, poucas semanas depois de seu falecimento, ocorrido em 25 de junho em Los Angeles.

O advogado explicou que durante o litígio provará o vínculo laboral entre o médico de Jackson, Conrad Murray, e a AEG Live. Murray cumpre atualmente uma sentença de 4 anos de prisão após ser condenado no final de 2011 por homicídio involuntário no julgamento penal pela morte do cantor.

O júri considerou provado então que Murray foi quem causou o repentino falecimento de Michael Jackson por overdose de remédios. Murray comprava os fármacos, alguns apenas para uso hospitalar, e os dava ao artista em casa.

Segundo a acusação, a AEG Live não supervisionou devidamente o tratamento recebido por Jackson e contribuiu para aumentar a ansiedade do Rei do Pop em função de um ambicioso retorno de 50 shows que presumivelmente seria seguido de uma turnê mundial.

Panish contou ao júri que Michael Jackson se tornou viciado em calmantes depois do acidente que sofreu enquanto gravava em 1984 um anúncio publicitário de refrigerantes e que lhe deixou com queimaduras em várias partes do corpo.

Em sua exposição dos fatos, Panish disse que a dependência farmacológica de Jackson era conhecida pelas pessoas ligadas ao cantor, e que os executivos da AEG eram os únicos que pareciam não estar inteirados.

A AEG alega que Michael Jackson foi quem pediu especificamente a Conrad Murray para que fosse seu médico pessoal, alguém com quem o Rei do Pop tinha estabelecido uma relação de confiança anos atrás.

O advogado dos Jackson afirmou que existia um acordo verbal entre Murray e a AEG para manter o cantor à altura das expectativas durante sua volta aos palcos. O julgamento, presidido pela magistrada Yvette Palazuelos, começou hoje com a exposição inicial de argumentos, e calcula-se que durará até 4 meses, um tempo no qual está previsto que passem a ser ouvidas mais de cem testemunhas.

Nessa lista estão Katherine Jackson, os dois filhos mais velhos do cantor, Prince Michael e Paris, assim como suas ex-mulheres, Lisa Marie Presley e Debbie Rowe, seus irmãos e famosos como Prince, Diana Ross, Quincy Jones e Spike Lee.

O processo foi apresentado por Katherine em setembro de 2010 e em nome dos filhos do cantor. Em caso de sentença condenatória, a AEG Live pode ser obrigada a pagar bilhões de dólares em danos, segundo estimativas.

A AEG Live é subsidiária da gigante do setor de entretenimento Anschutz Entertainment Group (AEG), que é dona, administradora ou parceira de complexos esportivos em todo o mundo, como o L.A. Live, que inclui o ginásio Staples Center, casa do Los Angeles Lakers, da NBA.

No Brasil, a AEG participa da licitação para a concessão do Maracanã em um consórcio do qual também fazem parte as empresas Odebrecht e IMX, esta última de Eike Batista. Além disso, a AEG tem contrato para ser a gestora do novo estádio do Palmeiras e da Arena Pernambuco, que será usada na Copa das Confederações deste ano e na Copa do Mundo de 2014. 


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Começa julgamento civil por morte de Michael Jackson; empresa AEG Live é ré