O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, recebeu nesta terça-feira (18) membros do Movimento Passe Livre (MPL), que convocou os protestos contra o aumento das tarifas do transporte púbico, e embora tenha dito que entenda suas demandas afirmou que é impossível anular a alta das passagens.
Por outro lado, em resposta a pressão popular, as prefeituras de Porto Alegre e Recife prometeram hoje leves reduções no preço das tarifas.
Segundo Haddad, reduzir o aumento estabelecido, congelar as tarifas nos níveis anteriores ou aceitar as exigências de transporte “gratuito” dos manifestantes “desequilibraria as contas municipais”.
Em São Paulo, o bilhete de ônibus e de metrô custava até o início do mês R$ 3 e o preço subiu para R$ 3,2, o que desencadeou os protestos que começaram na cidade e depois se alastraram pelo país.
“O município não tem recursos para subsidiar ainda mais as tarifas do transporte público”, disse Haddad, acrescentando que as empresas concessionárias do serviço recebem subvenções públicas equivalentes a cerca de 30% da tarifa.
A estudante Mayara Vivian, uma das poucas líderes do Movimento Passe Livre, disse que a solução seria “cortar os lucros dos empresários” e afirmou que os protestos podem ajudar a prefeitura neste sentido.
Apesar do contato direto com o prefeito, o MPL confirmou a convocação de novos protestos hoje em São Paulo e afirmou que 120 mil pessoas confirmaram presença.
Nesta segunda-feira, as autoridades calcularam que aproximadamente 250 mil pessoas tomaram as ruas de cerca de vinte cidades do país, nas quais além de protestar pela alta do transporte se manifestaram contra os gastos públicos na Copa das Confederações e a má qualidade dos serviços em geral.
A presidente Dilma Rousseff, em sua primeira declaração pública sobre o assunto, defendeu a “legitimidade” dos protestos, afirmou que “hoje Brasil acordou mais forte” e disse que “a voz da rua deve ser escutada”, pois representa “uma mensagem direta aos governantes”.
