Artistas gospel de sucesso
Elvis, Ray Charles, Aretha Franklin, Bobby McFerrin, Tina Turner. A lista de artistas que começaram a cantar na igreja é grande. Mas de um tempo para cá, especialmente no Brasil, onde a pirataria assola a indústria fonográfica, o segmento gospel tem se tornado, além de um celeiro de talentos, um negócio lucrativo.
Imunes à pirataria – você já viu um CD ou DVD gospel? -, as grandes gravadoras lançaram segmentos exclusivos para trabalhar neste nicho. O gênero também aproximou-se do pop, com produções musicais de alto nível e telão, cenário, figurino, tudo a que tem direito um pospstar “secular”, como eles chamam tudo que não é gospel.
Artistas e grupos também não se resumem às influências do blues, rhythm and blues e da música negra norte-americana, abrindo-se para todos os estilos, pop, rock, rap, reggae, metal, dance. Não há limites.
“A mensagem do evangelho está sendo pregada em todos os ritmos e estilos musicais. Isso é muito bom, porque queremos alcançar todas as tribos. Nem todos vão gostar dos mesmos sons, e por isso a diversidade é importante”, afirma a líder e fundadora do Diante do Trono, Ana Paula Valadão, em entrevista exclusiva ao Virgula Música.
A propaganda também se espalha com o valioso apoio de cebridades evangélicas do meio artístico e esportivo, como os jogadores de futebol Neymar, que apareceu no clipe dos “manos de Jesus” do Ao Cubo, em Nasci pra Vencer, além de outros nomes como Lucas e Léo Moura, este amigo do cantor Thalles.
Já Vitor Belfort, do UFC, entra no octógono com um tema feito pelo Pregador Luo para ele: Vitor Belfort Theme, também conhecida como O Bárbaro de Cristo e Música de Guerra.
“Nossas músicas são orações. Elas expressam com sinceridade o que muita gente queria dizer para Deus e às vezes não sabe como. Acho que isso faz com que essas canções sejam muito queridas pelas pessoas”, opina Ana Paula.
Em 15 anos de carreira, o seu grupo, Diante do Trono, vendeu mais de 10 milhões de discos e o álbum Preciso de Ti está no ranking da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos) entre os 20 discos mais vendidos na história do Brasil.
Na última sexta-feira, o grupo gravou o disco Renovo, ao vivo, comemorando os 15 anos, durante um congresso que reuniu 11 mil pessoas em Belo Horizonte. Leia a entrevista com Ana Paula, que conta ser fã de Whitney Houston, Mariah Carey e Celine Dion.
Vocês apareceram no primeiro ranking Billboard de música gospel, no ano passado, com duas músicas entre as 20, Creio e Canta Minh’Alma. E no mais recente, emplacaram três faixas, incluindo também Me Ama. A que atribuem o sucesso destas faixas?
As músicas Creio e Canta Minh’Alma fazem parte do nosso mais novo lançamento, o CD Creio, gravado ao vivo no sambódromo em Manaus (AM). Foi uma festa maravilhosa com um público de mais de 350 mil pessoas!
A canção Me Ama é uma versão em português de How He Loves Us, que tem tocado cristãos no mundo inteiro. Aqui no Brasil, ganhou na categoria música do ano do troféu Promessas, que teve a participação popular de seis milhões de votos e faz parte do nosso CD Sol da Justiça, indicado ao Grammy Latino.
Além de serem bem tocadas, cantadas, nossas músicas são orações. Elas expressam com sinceridade o que muita gente queria dizer para Deus e às vezes não sabe como. Acho que isso faz com que essas canções sejam muito queridas pelas pessoas.
Que artistas do meio gospel mais te influenciaram?
Passo por estações em que escuto muito uma pessoa, depois outra. Entre tantos, posso citar Ludmila Ferber, Antônio Cirilo, David Quinlan, Asaph Borba, Adhemar de Campos, Koinonya. Cantores internacionais como Kent Henry, Dennis Jernigan, Darlene Zcheck, Michael W. Smith, Twila Paris, Gateway, Kari Jobe, Kimberly e Alberto Rivera.
E do meio secular?
As cantoras Whitney Houston, Mariah Carey e Celine Dion.
Como descobriu a vocação para música?
A música é parte muito importante das igrejas evangélicas. Desde pequena cantei em corais, fiz parte de grupos musicais. Desde criança tenho esse sentimento, de que nasci para cantar a minha fé.
A música gospel foi a escola de muitos artistas importantes nos Estados Unidos, na sua opinião por que isso ocorre? Seria possível algo semelhante no Brasil?
A igreja evangélica porporciona muitas oportunidades para que os dons artísticos das pessoas sejam desenvolvidos. Cantores, instrumentistas, dançarinos, artistas plásticos podem expressar a fé por meio da sua arte. Nos Estados Unidos isso é muito comum, e no Brasil, onde a igreja evangélica tem pouco mais de cem anos, também está acontecendo. Muitos dos melhores artistas da nação têm formação evangélica.
As músicas com influência na soul music, blues e música popular dos Estados Unidos, assim como o hard rock e heavy são comuns no meio gospel. Mas percebemos que existem grupos de rap, reggae. Existe uma maior diversidade e abertura no segmento gospel hoje?
A mensagem do evangelho está sendo pregada em todos os ritmos e estilos musicais. Isso é muito bom, porque queremos alcançar todas as tribos. Nem todos vão gostar dos mesmos sons, e por isso a diversidade é importante.
Veja em galeria no alto da página sucessos do meio gospel, com clipes e músicas