Enquanto no Brasil a população protesta, entre outros motivos, pelos gastos elevados com a organização da próxima Copa do Mundo, a Polônia se esforça para tentar tirar proveito dos quatro estádios construídos para a Eurocopa do ano passado, sem que nenhum deles seja rentável no momento.

O Estádio Nacional de Varsóvia representou um investimento de 1,6 bilhão de zloti (R$ 1,1 bilhão) e foi a sede mais cara da Euro-2012. Atualmente, o local é um bom exemplo de como as autoridades polonesas tiveram que usar a criatividade para que as instalações não sejam uma carga após o fim do torneio.

A manutenção do estádio tem um custo mensal de R$ 2,2 milhões, disse à Agência Efe a responsável de relações com a imprensa do espaço, Joanna Janowicz, que garante que o local vem se esforçando para ser útil, atrativo para a população e, claro, também rentável.

Situação parecida vivem os estádios das outras três sedes polonesas da Euro: Gdansk, com um custo de perto de R$ 580 milhões, Wroclaw, mais de R$ 550 milhões e Poznan, que gastou R$ 535 apenas para reformar um estádio já existente.

Em janeiro deste ano, Varsóvia transferiu a gestão do Estádio Nacional à sociedade pública PL.2012+, com a finalidade de dar uma visão mais comercial às instalações.

O plano de negócio, como acontece nas outras sedes da Eurocopa, se baseia em três pilares: transformar o estádio em sede de eventos esportivos, receber shows e eventos de massas e organizar visitas organizadas e atos sociais alugando camarotes.

O objetivo é que o local seja ao final rentável e cubra custos para 2015, algo em que serão decisivas as conferências e eventos corporativos que forem atraídos a seus mais de 40 mil metros quadrados, ainda de acordo com Joanna.

As visitas organizadas e guiadas são outro dos atrativos do Estádio Nacional. O espaço recebe 4 mil pessoas por dia que pagam ingressos que custam de 3 a 15 euros.

As previsões da PL.2012+ indicam que o local fechará o ano com receitas de entre R$ 13 milhões e R$ 14 milhões. Para 2014, esse número, de acordo com Joanna, deve subir para R$ 24 milhões.

Até agora, o mês mais rentável foi maio, graças, principalmente, a grandes eventos, como shows de Beyoncé e Paul McCartney, que em sua primeira apresentação na Polônia reuniu cerca de 30 mil espectadores.

A mesma situação vivem as outras três sedes. Os estádios de Gdansk e Wroclaw se viram como pode: o primeiro deles receberá um amistoso entre Barcelona e um time local no próximo dia 20, e o segundo passou a organizar visitas guiadas na última segunda-feira (01).

Todos estes estádios, inaugurados com atraso em relação à data prevista, são também exemplo da precipitação com que são finalizadas muitas das infraestruturas para a Eurocopa, pressa que em alguns casos provocou problemas posteriores, como os buracos surgidos no Estádio Municipal de Poznan após o torneio.

Também são vistos buracos em uma estrada aberta ao público um dia antes da abertura da Eurocopa, em Varsóvia. A via foi inaugurada sem estar pronta e até hoje não foi concluída.


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Um ano após Eurocopa, Polônia se esforça para rentabilizar estádios