Cacá Diegues, lenda viva do cinema nacional e um dos criadores do cinema novo, elogiou em entrevista à revista Época a diversidade do cinema nacional – mas aponta que, no fim das contas, há mais filmes brasileiros ruins do que bons.

“O cinema tem uma riquíssima diversidade, tanto estética quanto regional e hoje faz-se todo tipo de filme no país e isso é muito rico, além disso, nunca tivemos mais de 120 filmes produzidos por ano. Estamos vivendo um período fértil e transformando o cinema numa atividade permanente. Mas óbvio que temos mais filmes ruins do que bons, porque hoje o cinema não é mais um gênero”, analisa.

O diretor de Bye Bye Brasil (1980) e Xica da Silva (1976) lança no dia 1º de agosto, na Flip (Festa Literária INternacional de Paraty) a autobiografia Vida de Cinema – Antes, durante e depois do cinema novo. No entanto, ele foge do gênero de autobiografia e de “fofocas” do passado.

“É um almanaque, nada teórico e nem autobiográfico. Não tem algo do tipo namorei ciclana, mas minhas relações com o cinema brasileiro, quando ainda criança e frequentava o cinema com minha tia até o ano de 1995, que teve a retomada dos incentivos fiscais e o Cinema Novo ficou no passado”, acrescenta.

Em setembro, começa a rodar, em Portugal, seu novo filme. O Grande Circo Místico, com Antônio Fagundes, Mariana Ximenes, Vincent Cassel, Luiza Mariana e Jezuita Barbosa, é baseado em um poema de Jorge de Lima. Na trama, uma família de brasileiros mantém um circo por cinco gerações – o filme acompanha suas desventuras. A trilha sonora será de Chico Buarque e Edu Lobo. A estreia é prevista para março de 2015.


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"Temos mais filmes ruins do que bons", diz Cacá Diegues sobre cinema nacional