Palco de quatro das 12 cidades sedes que receberão a Copa do Mundo de 2014, a Região Nordeste do Brasil possui capitais que, mesmo ausentes do Mundial e com seus centros de treinamentos descartados pela Fifa, já trabalham com planos e estratégias para aumentar o turismo local com a realização do torneio entre seleções no país. A cidade de João Pessoa, por exemplo, já tem um acordo verbal firmado com empresários mexicanos para transformar a capital paraibana em uma espécie de casa para os turistas.

“Estive recentemente com um dos maiores operadores de turismo do México, que me garantiu que trará fretamentos direto para João Pessoa. Ele, juntamente com um empresário local, já me afirmou que quer consolidar a nossa cidade como o local oficial para receber os mexicanos durante os jogos da Copa do Mundo. Geograficamente falando, não há cidade com tantos benefícios como João Pessoa. Estamos a 125 quilômetros de Recife e a 185 quilômetros de Natal, duas sedes em que os mexicanos estarão jogando na primeira fase. Todos vão se hospedar aqui, tanto pelo baixo custo de hospedagem, como pelos atrativos naturais e por termos todas as praias próprias para o banho”, afirmou o secretário de Turismo, Roberto Brunet.

A seleção do México está no Grupo A da Copa do Mundo e enfrentará Camarões no dia 13 de junho, às 13h, na Arena das Dunas, em Natal, e, no dia 23, às 17h, encara a Croácia, na Arena Pernambuco, nos dois jogos que são as ‘Meninas dos Olhos’ da prefeitura de João Pessoa. Além dos confrontos próximos da capital da Paraíba, os mexicanos ainda jogam contra o Brasil, no dia 17, às 16h, no Castelão, a mais de 730 quilômetros, o que para o prefeito Luciano Cartaxo não chega a ser um problema.

“João Pessoa tem uma localização privilegiada entre o Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia e Ceará, estados com cidades que sediarão jogos da Copa do Mundo. Nossa estratégia turística está sendo baseada nesses pontos e estamos otimistas”, garantiu.

Sobre um possível prejuízo turístico com a ausência da cidade de João Pessoa entre as 12 sedes, escolhidas pela Fifa e confirmadas no dia 31 de maio de 2009, em Nassau, nas Bahamas, e também sem nenhum dos 65 centros de treinamentos credenciados para o mundial, Brunet usou os gastos excessivos das outras capitais para explicar que a cidade paraibana não terá perdas.

“Eu acredito que não teremos um déficit tão grande porque João Pessoa será uma cidade receptiva para todas aquelas pessoas que querem uma qualidade melhor de serviço e uma tranquilidade longe dos grandes centros onde acontecerão os jogos. Fora que não temos todos os gastos a mais que as outras cidades”, garantiu o secretário de Turismo.

Sobre a ocupação hoteleira de João Pessoa, Roberto Brunet garantiu capacidade suficiente para abrigar os mais de 200 mil turistas que, segundo projeção da prefeitura, irão visitar a cidade entre junho e julho.

“Nossa taxa de ocupação está elevada, girando de 68% a 70%, isso na baixa temporada. Os indicadores são elevados. Chegamos a 100% na alta temporada. Nosso projeto para a Copa do Mundo, com todo esse planejamento, é trabalhar os dois meses com toda nossa ocupação hoteleira”, disse o secretário, que tenta o mais rápido possível resolver os problemas com a malha aérea local.

“Estamos em negociação com algumas companhias para aumentar nossa malha aérea direto aqui para João Pessoa. Estamos trabalhando para colher alguns frutos na cidade que a Copa do Mundo poderá nos propiciar, mesmo não sendo sede do Mundial”, finalizou.

Atualmente existem apenas nove voos chegando e outros nove saindo diariamente do aeroporto de Bayeux, que fica a 11 quilômetros de João Pessoa. A ideia da prefeitura é ampliar ou até mesmo dobrar esse número até junho, com obras no local e um possível acerto com duas companhias aéreas.


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Sem sede e CTs, João Pessoa aposta em ‘acordo’ com México para lucrar na Copa