(Por Camila da Rocha Mendes) Ainda avaliando quais as possíveis conseqüências que a crise global pode ter, investidores protagonizaram mais um dia de perdas nas Bolsas ao redor do mundo.
A cada dia, as projeções pioram e as tensões aumentam. Nesta terça-feira (7), o FMI (Fundo Monetário Internacional) elevou suas projeções de prejuízo com a crise de US$ 945 bilhões para US$ 1,4 trilhão. Nem mesmo a mobilização de governos em todo o mundo, que após o caos instalado decidiram agir prontamente, foi suficiente para conter o pessimismo.
No Brasil, contribuiu também para o nervosismo dos mercados a afirmação da porta-voz da Casa Branca dos Estados Unidos, Dana Perino, de que crise financeira já afeta o Brasil. Segundo ela, muitos países emergentes já sofrem os reflexos do problema financeiro norte-americano e, portanto, medidas precisam ser tomadas em todo o mundo. Diante do temor de que a crise afete o País com mais intensidade do que o previsto, o dólar disparou 5,05% para R$ 2,311, e a Bovespa caiu 4,66% para os 40.139,85 pontos. Esta foi a quarta sessão consecutiva de fortes perdas no mercado brasileiro de ações.
Medidas de ajuda ao redor do mundo
Nesta terça-feira, os países começaram a articular planos para conter o avanço da crise. O Federal Reserve (Banco Central dos EUA) anunciou o calendário de leilões por meio dos quais injetará pelo menos US$ 450 bilhões no setor financeiro.
O BC dos EUA também divulgou que vai adquirir grandes quantias de dívida de curto prazo, em uma intervenção sem precedentes, para aliviar o sistema financeiro.
Também nesta terça-feira, os ministros da Fazenda dos países que compõe a União Européia anunciaram uma ação conjunta para evitar a quebradeira geral dos bancos. Entre as medidas, está a elevação da garantia dos depósitos bancários dos atuais 20 mil euros para 50 mil euros por todos os países, exceto Holanda e Bélgica, que aumentaram a garantia dos depósitos em seus países para 100 mil euros.
Por aqui, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o Banco Central a comprar a carteira de crédito de bancos de pequeno e médio porte, a fim de assegurar a liquidez no sistema financeiro doméstico.