Você conhece Mariana Balbi? Com apenas 18 anos essa garota é considerada a pioneira da "invasão" feminina nas pistas de supercross e motocross no Brasil. Por incentivo do pai, Antônio Jorge Balbi, e do irmão, Antônio Jorge Balbi Jr., piloto Honda e atual campeão nacional da categoria 250 cc, a garota resolveu ingressar nesse esporte hiper radical que até então só era praticado pelos machos. Com sua Honda CR 250, ela já obteve resultados significativos na carreira e conquistou o seu lugar no pódio no Campeonato Brasileiro de Motocross. Confira agora essa super entrevista.

<b>Qual a diferença entre o motocross e o supercross?</b>

No motocross a pista é mais longa, é um aspecto mais natural e não damos tantos saltos. Já no supercross a pista é montada, mais compacta e com bastante saltos.

<b>Como surgiu a idéia de praticar esportes tão radicais?</b>

Meu pai e meu irmão já corriam e eu acompanhei isso desde pequena. Com seis anos resolvi que queria fazer igual. Foi por influência mesmo.

<b>Você sofre algum tipo de preconceito por ser mulher?</b>

Já sofri muito no início, mas hoje as mulheres estão conquistando o seu espaço. É claro que sempre tem alguém que faz uma piadinha, mas eu vejo que as pessoas me respeitam.

<b>O que os homens costumam te falar quando você vence uma corrida? (Mariana compete junto com os homens, já que não existe uma categoria feminina)</b>

Eles não gostam muito não. Rola muita piada, o pessoal de fora quer sempre colocar uma calcinha na cabeça dos meninos que dividem o pódio comigo. Mas não é mais fácil competir como mulher não. Dentro da pista é até mais difícil, eles costumam falar "Mulher que está atrás de mim eu não deixo passar".

<b>A mulher tem alguma facilidade na hora de correr?</b>

Não sei… No meu caso, a minha concentração é muito grande. Eu enxergo a pista, tomo cuidado para não cair, procuro fazer as coisas com mais precisão. Apesar do instrumento de competição, a moto, ser igual tanto para o homem quanto para a mulher, é muito claro que o homem leva vantagem na força física. Esse esporte exige muita força e eu procuro driblar isso com a técnica. Procuro andar de um jeito certo para não ficar tão cansada.

<b>Você não tem medo de tanta velocidade?</b>

Eu já tive medo, mas fui me acostumando e hoje já faz parte da minha vida. Não tem que ter medo, é um esporte como outro qualquer e se tiver que acontecer qualquer coisa vai acontecer. A responsabilidade e a preparação diminuem o grau de perigo nas pistas.

<b>Já sofreu algum acidente grave?</b>

Já sofri acidentes, mas nada grave. Só fraturas.

<b>Você concorda com a frase: "Mulher no volante perigo constante"?</b>

Com certeza não. É lógico que toda regra tem a sua exceção, mas tem muito homem que na direção é um perigo. No meu caso, acho que eu dirijo bem! (risos)

<b>O que você pretende para o seu futuro?</b>

Pretendo seguir a minha carreira nas pistas. Como não existe uma categoria profissional feminina no Brasil, gostaria de participar de campeonatos nos EUA ou na Europa.

<b>Que dica você dá para as mulheres que querem se aventurar como você?</b>

Acho que é preciso coragem, ter vontade e procurar sempre alguém que já está nesse meio. Não faça nada sozinha! É loucura! É um esporte radical, que tem o seu perigo e é preciso ter alguém para te pautar. Ah! E não é só um esporte para homem não, as mulheres também podem se dar muito bem! (risos)

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A primeira mulher do motocross e supercross