Por Bruno Mendonça
A poucos dias do início das Olimpíadas de Atenas, é natural que a atenção em torno desse evento se intensifique. É natural também que as expectativas ganhem mais força em torno das medalhas que podem ser conquistadas pelos atletas que lá estarão representando o Brasil.
No entanto, acredito que ninguém deve estar mais ansioso do que o nadador Gustavo Borges. Do alto de seus 2,04m de altura, o paulista de Ituverava fará sua despedida oficial das piscinas na Grécia e com chance de conquistar mais uma medalha, o que somada às já conquistadas, resultaria num total de 5 medalhas olímpicas.
Borges chegou ao topo e no topo vai parar, o que tranqüilamente, lhe assegura um lugar na história da natação mundial. Entre suas conquistas está o convite que recebeu e aceitou, para fazer parte do Comitê de Atletas da FINA Federação Internacional de Natação Amadora (Gustavo é o primeiro atleta sul-americano convidado a integrar esse comitê).
Aos 31 anos, o recordista em medalhas pan-americanas ainda quer viver uma emoção maior: quer ser o porta-bandeira da delegação brasileira. Emoção parecida o atleta viveu na passagem da Tocha Olímpica pelo Brasil, quando voltou de Atenas, onde estava competindo, somente para prestigiar o evento.
Há alguns dias tive a oportunidade de bater um papo com o nadador e constatei que trata-se de um atleta consciente de cada decisão que toma. Segundo o próprio, a opção por se aposentar foi tomada no decorrer dos últimos 4 anos. Quer decisão mais consciente que essa?
No entanto, o que mais me chamou atenção foi o fato de Borges ser tão bem sucedido em seus negócios. Num país onde os atletas muitas vezes mal conseguem administrar os poucos recursos que têm para seu treinamento e preparação para competições, Gustavo soube aproveitar cada minuto de sua vida no esporte para fazer sucesso no mundo dos negócios. Dentre seus empreendimentos estão dois bares-restaurantes, duas academias, uma escola de inglês e, como se não bastasse, promove um torneio anual chamado Troféu Gustavo Borges, que ajuda na descoberta de novos talentos.
Não deve ser baixo o número de pessoas que sonham em um dia chegar onde esse super-atleta-empresário chegou. Para essas, fica um lema que Gustavo disparou para mim: nada se conquista por acaso.
<i>Crédito Foto: Ricardo Mansho</i>
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