Aos 45 anos de idade, o árbitro Márcio Rezende de Freitas se despede dos gramados com uma desastrosa arbitragem. Ele foi o centro das atenções da partida deste domingo entre Corinthians e Internacional, que praticamente definiu o destino do título Brasileiro de 2005. O jogo estava empatado em 1 a 1, quando o meio-campista Tinga invadiu a área e foi derrubado pelo goleiro Fábio Costa. O experiente juíz não marcou o pênalti e ainda expulsou o jogador do Colorado, acabando com as esperanças do time gaúcho.

Já é a segunda vez que Márcio interfere diretamente na decisão de um Campeonato Brasileiro. Em 95, ele apitou a partida entre Santos e Botafogo. Na ocasião o Fogão consagrou-se campeão também com um erro do árbitro.

Após a partida deste domingo, Márcio disse que no momento não teve dúvida da não marcação do pênalti. "Eu estava bem colocado na entrada da área. O Tinga dominou, deu o corte para esquerda e não alcançaria a bola, quando se jogou contra Fábio Costa. Na hora não tive dúvida nenhuma", explicou-se aos jornalistas.

Despedindo-se do quadro da Fifa por ter atingido a idade máxima, 45 anos, o árbitro lamentou seu erro. "É complicado, esperava acabar minha carreira de mais de mil jogos com tranqüilidade, mas aconteceu esse problema", completou. Márcio ainda disse que nunca foi o dono da verdade e pediu desculpas pelo erro.

"Foi um pênalti clamoroso no Tinga. E além de não dar, ele ainda expulsou o jogador. Não há nenhuma dúvida que o Corinthians está sendo beneficiado", disse Fernando Carvalho, presidente do Internacional, referindo-se à Máfia do Apito, que permitiu ao Corinthians recuperar quatro pontos dos seis perdidos.

O fato é que não foi a primeira vez que ele decidiu um Campeonato Brasileiro sozinho. Na final do Brasileirão de 95, entre Santos e Botafogo, ele foi peça chave na conquista do título do time da Estrela Solitária.

No primeiro confronto, no Rio de Janeiro, o Botafogo venceu o Peixe por 2 a 1. Mas a partida que não sai da memória dos santistas é a segunda, no Pacaembu. No dia 17 de dezembro daquele ano o tão esperado título do alvi-negro praiano escapava mais uma vez, e por causa da arbitragem. O Santos vencia por 1 a 0, mas aos 24min do primeiro tempo não era um craque que brilharia em campo. Era um árbitro. Márcio Rezende de Freitas confirmaria um gol em posição irregular de Túlio, acabando com a festa santista. O empate daria ao alvi-negro carioca o título de Campeão Brasileiro de 1995.

E se não bastasse um erro, o árbitro equivocou-se novamente, invalidando um gol legítimo do santista Camanducaia, na mesma partida. Gol que daria ao Santos o primeiro título brasileiro da história do clube.

Em 95 Márcio conseguiu mudar o destino da taça. Já em 2005 ele possivelmente definiu o título corintiano. O problema é que nesse ano, a arbitragem brasileira decepcionou o mundo todo. Os jogos apitados pelo ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho, que confessou ter manipulado alguns resultados das partidas do Brasileirão, mancham o campeonato e ao mesmo tempo deixam dúvidas na cabeça dos torcedores. Será que Edílson era o único envolvido nesse escândalo? Afinal, Márcio Rezende de Freitas falhou ou foi uma "erro" proposital?


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Márcio Rezende de Freitas mancha título pela 2ªvez