<br>O atacante do Real Madrid, que vive inferno astral desde a Copa do Mundo, desabafou em entrevista ao jornal espanhol ABC. Aos 30 anos, Ronaldo disse estar infeliz no clube merengue, onde amarga a reserva desde o início da temporada e não conta com a confiança do treinador Fábio Capello.
"Pior que não jogar é não ter a confiança do treinador e não saber como recuperá-la. Não sei agora qual é o critério para ser titular. Tento fazer de tudo. Correr, saltar, ser rápido", disse o jogador, que prometeu marcar 30 gols nesta temporada.
O centroavante, preterido por Dunga nas convocações da seleção brasileira, passou por situação atípica no último jogo pelo Espanhol. No banco de reservas, foi chamado por Capello, aqueceu por longos 40 minutos e acabou não entrando em campo.
"Não posso estar feliz agora porque me falta o que mais gosto. Me tiraram a vida, não posso fazer aquilo que mais gosto, que é jogar futebol. Agora, só me divirto nos treinamentos. Quando retornar aos jogos, os gols voltarão e também o sorriso", declarou ressentido.
Ronaldo, pela primeira vez, falou em parar. Seu contrato com o Real, que lhe dá um salário de 7,5 milhões de euros por ano, vai até 2008. Depois disso, o atacante afirmou que pretende jogar por mais dois anos nos EUA ou no Brasil, encerrando a carreira aos 35.
Barreiras, assédio, pressão e incredulidade são comuns na trajetória do atacante. Passou dois anos tratando sua lesão no joelho, que quase abreviou sua carreira, teve problemas conjugais e, após passar mal na final Mundial de 1998 e de ser o nome da Copa de 2002 (e o grande responsável pela conquista do penta), foi para a Copa da Alemanha desacreditado.
Seu sobrepeso, destacado pela imprensa do mundo inteiro, ofuscou até Ronaldinho Gaúcho e Kaká, as estrelas do momento. Em pesquisa feita pelo mundo sobre quem seriam as pessoas mais famosas, o atacante ficou em 3º lugar, atrás apenas de Pelé e do Papa. Agora, na reserva de Van Nilsterooy e esquecido por Dunga e Capello, o maior artilheiro das Copas do Mundo promete mais uma vez dar a volta por cima:
"Passei a vida toda lutando. Sempre foi assim, e agora luto contra algo inédito para mim (a reserva), mas passei toda a vida superando momentos difíceis. Depois de superar uma lesão de quase dois anos, lutar para ser titular me parece algo normal, algo que passou a muitos jogadores que foram tão famosos como eu", finalizou.
