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Talvez uma das maiores façanhas da carreira de Romário tenha acontecido no ano de 2005. O Baixinho tornou-se o artilheiro do Campeonato Brasileiro com 22 gols e 39 anos, calando os críticos de seu futebol, que insistem em dizer que sua carreira acabou. Mas agora, um ano depois do ocorrido, o carioca não está em seus melhores dias. Em três partidas em território australiano, defendendo o Adelaide United, Romário não balançou as redes nenhuma vez sequer.

"Dizer que sou velho, cavalo paraguaio, não cola mais. Que inventem outra coisa", disse o matador em entrevista ao jornal <i>O Estado de S.Paulo</i> logo depois de sagrar-se artilheiro em 2005. Mas agora, no futebol australiano Romário não vai bem e perde gols que jamais perderia. Tudo em busca do milésimo gol.

Muitos críticos acreditam que o Baixinho não precisava disso, que deveria pendurar as chuteiras logo após o Brasileirão de 2005 e que foi um erro prolongar uma carreira que já é brilhante.

Ele sempre demonstrou uma intimidade impressionante com a bola e principalmente com o gol. Mas além de ser lembrado pelos seus gols e jogadas fantásticas, Romário sempre foi muito polêmico, e tudo isso por falar o que pensa. Já criou desavenças com Pelé, Zagallo e Edmundo. Outra característica que marca o Baixinho é a aversão aos treinos. Músicas foram feitas sobre esse assunto. A mais famosa delas diz assim: "Treinar pra quê? Se eu já sei o que fazer". Romário é único, inigualável, "Romário é rei, Romário é mar".

E agora, a possibilidade de retornar ao Vasco da Gama para o Carioca de 2007 é muito grande, já que o mandão Eurico Miranda e o técnico Renato Gaúcho abrem as portas para o retorno de Romário e, enfim ele poderá marcar o tão sonhado milésimo gol com a camisa curzmaltina.

<b>A carreira</b>

A carreira do Baixinho começou em 1979, aos 13 anos de idade, quando um olheiro o levou para fazer testes no infanto-juvenil do Olaria. Logo quando entrou passou a ser destaque do clube, permanecendo por lá durante um ano.

Em 85, foi levado para o Vasco promovido por Antonio Lopes. Balançou as redes pela primeira vez naquele mesmo ano, no dia 18 de agosto, em um amistoso contra um time de Nova Venécia. Assinou seu primeiro contrato profissional em 86, fazendo dupla com o também eterno craque cruzmaltino Roberto Dinamite. Mesmo ao lado dessa máquina de fazer gols, Romário conseguiu ser o artilheiro do Campeonato Carioca daquele ano, apenas um gol na frente de Dinamite. Em 87 e 88 o Vascão faturou novamente o carioca e o Baixinho foi o artilheiro de novo em 87.

Nas Olimpíadas de Seul em 88, Romário teve grande destaque, trazendo a prata para o Brasil e sendo novamente o artilheiro da competição. Essa atuação o levou para o PSV Eindhoven da Holanda por US$ 5milhões.

Na Holanda, passou pela melhor fase de sua carreira, sendo o goleador e campeão do torneio por três temporadas consecutivas. Além de brilhar dentro de campo, conseguiu se adaptar perfeitamente ao idioma e à cultura, caindo nas graças da torcida holandesa.

No fim dos anos 80, conseguiu se firmar também na seleção brasileira. Foi campeão da Copa América de 89, marcando o gol da vitória contra o Uruguai e carimbando seu passaporte para a Copa de 90 na Itália.

Encerrou sua carreira no PSV em 93, quando seu passe foi comprado pelo Barcelona, da Espanha, por US$ 4,5milhões. Começou no clube em grande estilo, chegou a marcar 17 gols em 12 jogos na pré-temporada. Porém, começavam aí sua desavenças no futebol, criando problemas na equipe catalã. Noitadas e indisciplina dentro de campo. Mas essa situação acabou após o término do campeonato. Barça campeão e novamente Romário artilheiro.

Então veio seu maior título. Muitos dizem que conquistou a Copa do Mundo de 94 sozinho, levando o Brasil ao tetracampeonato mundial com cinco gols no torneio, todos bastante importantes, mas o principal foi na vitória por 3 a 2 sobre a Holanda pelas quartas de final. Ele sempre confessou que é um chorão e ao levantar e beijar a taça não foi diferente, chorou novamente.

No início de 95, o presidente do Flamengo na ocasião, Kléber Leite, queria montar um time imbatível para comemorar o centenário do rubro-negro. O Baixinho, o camisa 11 e o melhor jogador em atividade do país estava de volta ao Brasil.

Após idas e voltas ao Flamengo, indo para a Espanha novamente e retornado ao Brasil, Romário encerrou de forma triste sua era na Gávea. No final de 99, o então presidente do clube carioca, Edmundo dos Santos Silva demitiu o craque por faltar demais nos treinos. Logo que saiu do Mengão acertou com seu ex-clube, o Vasco, e passou a cobrar do Flamengo uma dívida de quatro milhões de reais.

Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, em que não fez boas atuações e foi esquecido por Luiz Felipe Scolari. Mais uma polêmica envolvendo Romário. Felipão levaria ou não o Baixinho para a Copa de 2002?

Conclusão: Não levou. Seria o fim do Baixinho? Muitos pensavam que sim. Jornalistas, cronistas e até mesmo jogadores achavam que Romário não seria mais o grande jogador que sempre foi. Engano de todos.


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Austrália, milésimo gol e a carreira do Baixinho marrento