Há outras contradições entre atitudes e declarações de Castro. Recentemente o ditador aceitou sua indicação para as eleições à Assembléia Nacional (Parlamento de Cuba), o que foi considerado um contra-senso por muitos, levando em consideração suas declarações.

Muitos dissidentes vêem com olhos reticentes o afastamento do poder e as declarações de Fidel. Marta Frayde, ex-embaixadora de Cubana Unesco e fundadora do Comitê Cubano Pró Direitos Humanos, antes de ser exilada para Espanha em 1979, não quer ouvir nem dar crédito a declarações. “O que é preciso é uma retificação dos erros políticos e econômicos que cometeram e que nos causaram tantos anos de sofrimento. E essas retificações não se vêem em lugar nenhum”, disse ela em uma reportagem do jornal El País.

Outro que não dá ouvidos para declarações é Carlos Payá, também exilado em Madri há 21 anos. “Fidel pode dizer o que quiser. O problema é o regime. Talvez suas palavras sejam um sintoma de algo, mas a situação real não mudou”, declara na mesma matéria.

O economista e diplomata Óscar Espinosa Chepe analisa o momento cubano com outra ótica. Para ele, Cuba será forçada a mudar suas estruturas por intermédio da economia. Espinosa, condenado a 20 anos de prisão e em liberdade condicional por problemas de saúde, acha que “dentro do país há muita pressão".

Continua: Para professor, sistema político não sobreviverá sem Fidel


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Dissidentes não acreditam no discurso de Fidel