Três dias depois do início de sua viagem pela África, o secretário do Tesouro norte-americano, Paul O’Neill, e o cantor Bono deixaram claras suas diferenças sobre a melhor maneira de ajudar o continente mais pobre da Terra — o secretário defendeu o incentivo à iniciativa privada, o artista, o envio de ajuda.

Durante uma visita ao mercado Makola, em Acra (capital de Gana), Bono e O’Neill, companheiros pouco prováveis de viagem, discordaram sobre a melhor forma de levar a prosperidade para os pobres.

Os dois chegaram à ex-colônia britânica na segunda-feira à noite e visitam juntos, além de Gana, a África do Sul, Uganda e a Etiópia.

Enquanto atravessava uma sorridente multidão cercado por agentes do serviço secreto norte-americano e policiais ganenses, o secretário do Tesouro dizia ver sinais de uma potencial classe empresarial.

Segundo O’Neill, os tecidos e roupas coloridos à mostra no local poderiam ser vendidos em qualquer lugar do mundo.

“Poderíamos dar microempréstimos para pessoas como essas e elas dariam início a um processo de crescimento,” disse o secretário.

Mas Bono, vocalista do grupo U2, disse ser impossível falar em incentivos ao setor empresarial sem a construção prévia de estradas decentes, redes de eletricidade e outros serviços básicos.

Na lista de desenvolvimento humano da Organização das Nações Unidas (ONU), Gana está no 119o lugar. A lista inclui 162 países e os 28 mais mal colocados são todos africanos.

“Sei que ele considera isso embriões de empresas, e eles são, mas em um país onde a maior parte das pessoas vive com menos de 1 dólar por dia, temos de ajudar com a infra-estrutura,” disse Bono.


int(1)

Bono e O'Neill discordam sobre melhor forma de ajudar a África