Cheia de problemas, com seu trânsito caótico, miséria pelas ruas, filas e mais filas, ainda assim São Paulo é encantadora. E se você acha que essa é apenas a opinião de uma paulistana, pode esquecer. Você vai acompanhar aqui a declaração de amor que três artistas de outros estados brasileiros fizeram à capital paulista. Quer saber? Vale a pena.
Fernanda Abreu
Em 2001, a “garota carioca suíngue sangue bom” Fernanda Abreu mostrou que sabia falar muito bem de outros lugares que não fossem o Rio de Janeiro. Tentando colocar panos quentes na rixa entre São Paulo e Rio, a cantora apresentou a música “São Paulo-SP”, um retrato fiel da capital paulista.
Na música, Fernanda lembra que essa é a maior cidade do Brasil, uma das maiores da América. Em versos chocantes, a cantora associa aspectos positivos e negativos da cidade.
O que mais surpreende na faixa de Fernanda Abreu é a rapidez dos versos, a forma como eles se sobrepõem. Talvez nem tenha passado pela cabeça da autora, mas a agilidade da canção lembra a pressa de São Paulo, o tumulto da cidade, o dia a dia cansativo de milhões de pessoas.
Confira a letra completa da música São Paulo-SP
Baixe as músicas de Fernanda Abreu
Caetano Veloso
“Sampa” foi composta por um baiano, mas virou a música característica de São Paulo. A canção de Caetano Veloso, escrita em 1978, é um relato subjetivo das impressões do autor pela cidade que o acolheu muito bem (como ele mesmo diz).
Na música, Caetano mostra como foi recebido na cidade e como passou a entendê-la à medida que aqui ficou. Do “mau gosto” que encontrou quando aqui chegou, mostra que aprendeu a apreciar seus poetas e seus deuses.
Líder da Tropicália, ele fala sobre a cidade do samba, a cidade que o emociona toda vez que ele cruza “a Ipiranga e a Avenida São João”.
Confira a letra completa da música Sampa
Tom Zé
O IV Festival da Record de 1968 não poderia ter outro resultado. Depois que Tom Zé tocou sua música “São São Paulo”, não tinha mais pra ninguém. Mais um baiano se declarando para a capital paulista.
Na época, a cidade tinha apenas 8 milhões de habitantes (hoje, são quase 11 milhões). Mas Tom Zé já falava de seus prédios, do concreto, das prostitutas do centro, do pudor de algumas famílias. Exaltava que a terra da garoa é a terra do trabalho, que não pára, ligada 24 horas por dia.
A melodia tranqüila se opõe ao ritmo caótico da metrópole e passa uma serenidade que São Paulo definitivamente não tem.