Quem foi ao Via Funchal nesta quinta-feira para mais uma edição do Trama Universitário e esperava ansioso pela apresentação de Maria Rita teve que cumprir duas missões: cair na dança com o groove do Móveis Coloniais de Acaju e mostrar samba no pé ao som do Quinteto em Branco e Preto.

Se o nome do Móveis Coloniais… soa estranho, a música do grupo brasiliense, vencedor da etapa Centro-Oeste do festival de bandas da Trama, cai muito bem aos ouvidos: com um estilo arrojado variam da salsa ao klezmer, com doses de ska, swing e rock.

É o que se pode chamar de uma verdadeira big band, formada por André González (voz), BC (guitarra), Beto Meíja (flauta transversal), Eduardo Borém (gaita), Esdras Nogueira (sax), Fabio Pedroza (baixo), Leonardo Bursztyn (guitarra), Paulo Rogério (sax), Renato Rojas (bateria), Xande Bursztyn (trombone) e Fabrício Ofugi.

No palco, além das coreografias inusitadas do vocalista, desfilaram músicas do seu primeiro disco, Idem, e alguns covers (até Glory Box do Portishead entrou no repertório). No final do show, André foi para o meio do público e ordenou que se fizesse uma roda. Minutos depois, todos em roda agachavam e levantavam gritando “hei hei”. Uma festa.

Hora do samba

O Quinteto em Branco e Preto transformou o Via Funchal em uma verdadeira casa do samba. Vestidos de branco e preto, Everson Pessoa (violão e voz), Maurílio de Oliveira (cavaquinho e voz), Victor Pessoa (surdo e voz), Magno Souza (pandeiro e voz), Yvison Pessoa (percussão e voz) mostraram porque são considerados representantes do tradicional samba de raiz.

O quinteto já é conhecido dos paulistanos que frequentam a comunidade do Samba da Vela em Santo Amaro. Animados, agradeceram à madrinha do grupo Beth Carvalho, que estava presente no camarote.

Maria Rita

No cenário cortina, velas e o tradicional tapete. Já passava da meia-noite quando a grande atração da noite subiu ao palco. Descalça, Maria Rita surgiu no palco cantando os primeiros versos da música Muito Pouco sob aplausos e gritos de ‘eu te amo’.

Acompanhada dos músicos Tiago Costa (piano), Sylvinho Mazzucca (baixo), Cuca Teixeira (bateria) e Da Lua (percussão), Maria Rita conversou com o público entre uma música e outra, e em certo momento se mostrou sem graça com o assédio do público. Foi realmente um show para fãs.

Em Encontros e Despedidas, música de Milton Nascimento gravada pela cantora em seu 1º disco, Maria Rita deixou o coro da platéia, mais alto que sua própria voz, levar a música.

Outros momentos marcantes do show foram as participações de Pedro Luís e a Parede e Leandro Sapucahy, com quem cantou músicas diferentes das de seu repertório e Cara Valente.

As expressões e alguns gestos de Maria Rita lembram demais a mãe Elis Regina, de quem o público também parece não se esquecer. Na música Pagu, a cada vez que cantava o verso “minha mãe é Maria-Ninguém” ela ouvia os gritos de “Elis Regina”. Certamente nessa família não existem Marias-Ninguém.


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Groove, samba e o melhor de Maria Rita marcam o Trama Universitário