Ele nasceu no sul da Carolina, em pleno período da Grande Depressão nos EUA, e teve uma vida balanceda por conquistas e adversidades. Mesmo assim, James Brown conseguiu se tornar um dos ícones da música, que hoje amanheceu em luto com a notícia da morte do cantor.
James Brown faleceu na madrugada desta segunda-feira, aos 73 anos, em Atlanta, sul dos Estados Unidos.
Considerado por muitos como o rei do soul, autor de músicas como I Feel Good, Sex Machine, Say it Loud: I’m black and I’m proud, que ultrapassaram gerações, Brown estava internado desde domingo no Emory Crawford Long Hospital devido a uma pneumonia, mas não resistiu. Morreu a 1h45 da manhã de Natal.
James Brown nasceu James Joseph Brown Junior, em 3 de maio de 1933. Foi o principal impulsionador da evolução do gospel e do rhythm and blues para o soul e o funk, mas não deixou de se arriscar em outros estilos como reggae, jazz e no rock dançante.
Começou a fazer sucesso aos 20 anos, graças à força de suas performances ao vivo e a uma seqüência de grandes sucessos. Lançou mais de 60 álbuns, incluindo alguns dedicados ao Natal como James Brown Sings Christmas Songs (1966), A Soulful Christmas (1968) e The Merry Christmas Album (1999). Seus últimos discos foram todos registros de shows ao vivo.
Mesmo aos 73 anos e com a saúde um pouco debilitada (tendo superado um câncer na próstata), Brown continuava fazendo cerca de 100 apresentações por ano, e tinha shows marcados até o final de dezembro nos EUA e Canadá, além de shows também já marcados para janeiro de 2007.
Prisões, brigas e confusões
Brown não era o que se podia chamar de ‘sujeito pacato’. A sua constante ida a delegacias começou em 1988, quando com um fuzil na mão e um pouco alterado, o cantor invadiu um seminário sobre segurança que acontecia perto de seu escritório, em Augusta, na Geórgia. O motivo? Ele desconfiava que eles estavam usando o seu banheiro particular.
A polícia chegou e depois de uma histórica perseguição, Brown foi preso. Ele voltaria ao banco dos réus ainda em 1991, 1998 e em 2004, por acusações de porte de arma e drogas, loucura (pois é, a família queria entregá-lo à polícia dizendo que ele estava maluco) e agressão doméstica contra a esposa de 33 anos.
Homenagens
Ao menos, Brown pôde receber em vida duas das maiores homenagens feitas aos grandes nomes da música.
No dia 14 de novembro de 2006 o nome de James Brown foi incluído no Hall da Fama do Reino Unido, cerimônia que ele fez questão de comparecer. Em 1992, ele já havia recebido um Grammy pelo conjunto de sua obra.