A passagem do Coldplay pelo Brasil tinha tudo para ser histórica. Tinha, porém, não foi. Não sabemos ainda o que aconteceu, mas o santo que baixou em Chris Martin e seus comparsas resultou em desastre, a não ser para os poucos que puderam assistir ao show, que também não foi lá essas coisas.

Deu tudo errado. O primeiro susto dos fãs veio com o esgotamento dos ingressos em dois dias, mas por quê tão rápido? Simplesmente porque eles queriam shows menores, mais “íntimos” com o público. Tudo bem, até entendo. Em Londres, isso funciona, aqui não. Nós não temos shows, ainda mais de mega-bandas, como eles, todos os dias, e somos sim um público carente de bons eventos. Ou seja, a primeira perda foi dos fãs, que chegaram tão perto de ver sua banda querida ao vivo mas ficaram chupando o dedo. E como disse o próprio Chris Martin na coletiva que deu à imprensa: “Quem foi, gostou. Quem não foi, faça de conta que foi ótimo”. A frase, no mínimo, é desrespeitosa para os fãs que acompanham o trabalho dos ingleses.

E essa tal coletiva também foi outro capítulo da novela do Coldplay nesta turnê. Uma repórter perguntou quais seriam os três filmes favoritos de Gwyneth Paltrow (sua mulher) de Martin, que retrucou: “Essa não respondo, qual é a sua posição sexual favorita?”. Vamos lá, a imprensa às vezes perde os limites, mas a pergunta nem foi tão cabeluda para ser retrucada com um chilique deste tipo. Logo após isso, a mesma repórter perguntou se ele não faria um dueto com o sua esposa, e a resposta dada pelo cantor foi a mesma. Caso não esteja disposto para entrevistas, simplesmente não as faça. Tantas bandas passam por aqui e não o fazem, criar este atrito causa um desgaste irreparável para a própria banda.

Os shows, que poderiam ser memoráveis, não passaram de clichês com um repertório óbvio, igual a qualquer DVD ao vivo da banda. A imagem de politicamente correto e educado de Chris Martin se transformou em um irreconhecível mal-educado, que perdeu a esportiva e não soube conduzir os eventos, tanto na hora de propôr um show minúsculo e deixar fãs de fora, quanto ao destratar a imprensa (não só a brasileira, mas a argentina e chilena também quando tocaram por lá).

No entanto, o Coldplay seguirá com sua carreira em frente. Jornais, revistas e sites também. Só que os fãs continuam sem ver um bom show da banda que gostam, ou gostavam.


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Bandas que eu Odeio: Coldplay no Brasil