Pode-se dizer que em seu novo trabalho, La Radiolina, Manu Chao faz um breve retorno às origens e usa com toda a força a mistura característica de sua música, seja na língua, na fusão de instrumentos de diferentes estilos e na variedade de influências.

Ao ouvir os 51 minutos do disco – aliás, Manu Chao não economizou e lançou um álbum de 21 faixas – você vai passar pela rumba, por baladas latinas, reggae, música africana, flamenco e rock alternativo, que marca algumas das melhores faixas do disco como Rainin in Paradize , The Bleedin Clown e Panik Panik. Aliás, as faixas com pegada mais rock’n’roll, que lembram a fase de Chao no grupo Manu Negra , são os melhores momentos do disco. Indícios do que virá por aí? Talvez.

Depois de quatro discos bem sucedidos em termos de venda e críticas (especialmente o disco de estréia, Clandestino, de 1998), o grande desafio de Chao com este novo trabalho será o próximo disco.

La Radiolina mostra um Manu Chao em sua melhor fase profissional, mesclando estilos e temas nas canções, mostrando que pode ir do flamenco ao rock sem vergonha ou pudor e que como resultado final, lança um dos melhores discos do ano. Um pouco repetitivo, mas que mostra o artista em seu melhor momento.

Aproveitando a característica ‘global’ de seu trabalho, além de músicas em inglês, espanhol e francês, ele arrumou espaço para a bela Amalucada Vida cantada em português e de letra simples e doce.

A pergunta que fica é o que virá depois. Manu terá que rebolar para surpreender novamente. Ah, mas quanto ao próximo trabalho, ele já deixou uma pista: deverá ser integralmente digital. É esperar pra ver.


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La Radiolina - Manu Chao