Depois de 10h de vôo, uma viagem de 50 minutos de ônibus e uma caminhada de uns 2km até encontrar o palco, estou me sentindo um verdadeiro maratonista do rock!
Porque tudo isso? Ao chegar na cidade do rock, na mais recente versão espanhola, tive que enfrentar um sol de 39°C atrás da entrada do Rock in Rio Madrid. Foi uma sensação maravilhosa estar ali depois de já ter coberto outras edições (91, 2001, 2004), mas o primeiro dia poderia ter passado sem tantas dúvidas da segurança com relação à entrada da imprensa.
Confira as fotos do 1º dia de Rock In Rio Madrid
A mega platinada Alanis Morissette abriu os trabalhos pontualmente às 19h, esbanjando competência (chegaram a me perguntar se era playback!), mas por outro lado um pouco mais “lenta” do que anos anteriores, por estar um pouco acima do peso (pouco?). Desfilou canções de todos os seus discos, mas dando destaque aos mega hits do álbum de estréia, Juggle Little Pill.
Na seqüência, o rei das gatinhas surfistas Jack Johnson tomou conta do pedaço, começando o show durante um pôr do sol mágico, que mais lembrava as mais paradisíacas praias havaianas. Muitos sorrisos pras meninas da primeira fila, bons timbres de violão e guitarra semi-acústica, mas com o repertório morno de sempre.
Depois, Manolo Garcia, artista espanhol que agradou aos mais nacionalistas e causou sono aos estrangeiros e roqueiros mais ardentes, ávidos pelas guitarras de Neil Young. Este começou muitíssimo bem, com todos os seus cabelos brancos à mostra e dedos afiados. O véinho continua com a mesma força desde sua outra aparição no cast do Rock in RIO, em 2001. No final, seus solos e improvisos intermináveis me deram sono. Também, depois de toda essa maratona já era hora de viajar de volta a Madrid.
SEGUNDA NOITE. A MARATONA RECOMEÇA
A segunda noite do festival foi marcada pela mistura de públicos e tendências. De um lado os brasileiros, espanhóis e europeus amantes do swing baiano, e de outro as fãs enlouquecidas da banda emo Tokyo Hotel. O mais engraçado era ver Ivete Sangalo no palco, cantando seus sucessos e no melhor momento da sua carreira, em frente a centenas de cartazes, faixas e fãs com camisetas do Tokyo Hotel. Carlinhos Brown fez o melhor show que presenciei, em todos os tempos.
Confira as fotos do 2º dia de Rock In Rio Madrid
Baseado nos seus últimos dois discos (um deles amplamente divulgado na Espanha, inclusive tendo um lançamento por um selo local, “Carlito Marron”) sua apresentação ganhou mais força com a participação da fã confessa, Ivete. Inclusive, a diva fez questão de comentar sua devoção por Carlinhos na entrevista coletiva concebida logo após a sua apresentação.
Fiquei completamente surdo com os gritos das fãs enlouquecidas do Tokyo Hotel quando a banda apareceu em cena. Uma banda emo alemã que canta em inglês, mas que em qualquer entrevista ou evento off stage faz questão de somente conversar na língua germânica, e que tem como destaque um cantor que mais parece uma de suas fãs mais afetadas. A banda produziu um som que parecia de uma banda iniciante, sem puch e parecendo um cover de si mesmo.
Fechando a noite, os espanhóis do El Canto del Loco, que não foram escalados como headlines por acaso, levaram ao delírio os que agüentaram a maratona de shows em que cantaram praticamente todas as letras!