Uma pesquisa conduzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e realizada através de mais de 400 entrevistas durante 2007 e 2008 aponta que o funk carioca, gênero de música brasileira mais esportado atualmente, chega a movimentar uma média de R$ 10 milhões por mês, só no Rio de Janeiro.
Os pesquisadores ouviram diversos agentes da cena funk, entre MCs, DJs, empresários, equipes de som e camelôs, para apurar a movimentação financeira que ocorre dentro do cenário que saiu das comunidades carentes e ganhou o asfalto dos clubes caros da cidade.
De acordo com a reportagem publicada nesta terça A Folha de São Paulo, apesar dos constantes atritos entre as partes envolvidas na organização dos bailes, os DJs costumam fazer uma média de 29,5 apresentações por mês. Entre os MCs, a média sobe para 35,2 apresentações nos 878 bailes mensais na capital fluminense.
Nos bailes realizados nas comunidades carentes (em praças ou quadras de escola de samba) a organização dos bailes costuma sustentar um pequeno grupo de até seis camelôs, que chegam a faturar R$ 957 mensais.
Quando os MCs de renome (como a famosa Tati Quebra Barraco, na foto) viajam para fora do Brasil para apresentar-se chegam a receber mais de R$ 4500 por show. Os números impressionam mesmo quando se fala dos DJs de menor renome no cenário nacional, que faturam em média R$ 2.100 mensais.
Mesmo com todo o preconceito que o gênero enfrentou desde a explosão do charme no final da década de 80, especialmente depois da primeira edição do Rock In Rio, o cenário ganhou até um representante no poder executivo da Cidade Maravilhosa.
Rômulo Costa, dono da produtora Furacão 2000, assumiu no começo do ano como secretário de cultura da cidade do Rio de Janeiro e prometeu apoiar todas as iniciativas culturais que puder.
“Se cultura é música clássica, jazz, nós vamos fazer. Tudo o que for cultura- MPB, pagode, chorinho- vai ter espaço”, disse o novo Secretário. “Eu não preciso ajudar o funk. Ele já está bem.”
