Em tamanho, no mundo do esporte mundial, a final do campeonato nacional de futebol americano só pode ser comparada à abertura dos Jogos Olímpicos e à final da Copa do Mundo.

Mas as cifras, a estrutura e a organização do Superbowl extrapolam os limites da competição esportiva e criam o que pode ser chamado de “um circo perfeito” para a multidão de fãs aficcionados pela bola oval em todo o mundo.

Em 2009, a 43ª edição do evento multi-milionário foi disputada em Tampa, no estado da Flórida, e colocou mais de 75 mil torcedores dentro do estádio. Isso tudo mesmo com o fato de não existem ingressos para o jogo que custem menos de US$ 400. A famigerada crise econômica passa longe dali. As demissões em massa, os gastos com a guerra e a especulação financeira não tiram a “menina dos olhos” do povo americano dos centro das atenções.

Show de abertura

A festa começou antes das 16h, no horário brasileiro, com a reformada banda Journey aquecendo os motores dos fanáticos por futebol que se acotovelavam nos arredores do estádio para ver o vocalista filipino Arnel Pineda executar clássicos de ouro da década de oitenta. Separate Ways, Lights, Open Arms e Don’t Stop Believing integraram o set da banda californiana, que também foi transmitido para o mundo todo através da NFL Network.

Arnel Pineda acabou à frente da banda depois de passar muitos anos como vocalista de uma banda cover do Journey enquanto ainda vivia no arquipélago do pacífico.

Desde esse horário, os valores de um minuto comercial começavam a se elevar, até atingirem inacreditáveis US$ 3 milhões por uma reles inserção de 30 segundos durante os intervalos da partida. Valores absurdos para um país que se considera a maior vítima do colapso da economia global.

O show e o jogo foram transmitidos para quase 150 países, em mais de 50 línguas diferentes. Os cinco continentes assistiram à sensacional partida que, ano após ano, bate recordes de audiência nos EUA durante o Superbowl.

E os recordes da televisão americana já pertencem à final de campeonato desde 1980, afinal, os sete maiores índices de audiência registrados na terra do Tio Sam em toda a história das transmissões de TV foram atingidos durante Superbowls.

The Boss: Mandando no intervalo

O show do intervalo é uma tradição histórica durante a final da NFL. Já se apresentaram entre os tempos do jogo algumas das maiores estrelas da música mundial como Ella Fitzgerald, Prince, Sting, Rolling Stones, Paul McCartney, U2, Stevie Wonder, New Kids On The Block, No Doubt e até o Rei do pop, Michael Jackson.

Em 2009, quem subiu ao palco enquanto os jogadores descansavam no vestiário foi “O Chefe”, Bruce Springsteen e sua lendária E Street Band, amplamente considerada a mais competente formação em atividade nos Estados Unidos.

Impressionante mesmo é o fato que o palco, que de pequeno não tem absolutamente nada, foi montado em risíveis 9 minutos e desmontado quase na metade do tempo. O público entrou no campo para assitir o show e foi retirado sem danificar em nada o perfeito gramado do estádio.

Traçando um paralelo com os show realizados em estádios por aqui a situação ainda é mais impressionante. já que se gastam dias na construção da estrutura dos palcos e destroem completamente os gramados utilizados.

Fogos de artifício saindo de todos os lugares imagináveis e três clássicos foram a atração principal do set de 12 minutos de Springsteen e sua banda, famosa por realizar shows de mais de três horas ininterruptas.

“Eu quero que vocês se afastem da guacamole, coloquem os ‘chicken fingers’ no prato e aumentem o volume da sua TV o máximo possível”, gritou o frontman ao abrir o show com Tenth Avenue Freeze-Out. Um coral de mais de 30 integrantes surgiu do nada para cantar Workin’ on a Dream, faixa título do recém lançado álbum da banda.

O clássico Born to Run também não ficou de fora da incendiária performance da E-Street, que enlouqueceu os fãs presentes no estádio. Para fechar, Springsteen cantou a bela Glory Days, mudando a letra para homenagear os esportistas da bola oval que lutavam pelo título. Um show memorável de um dos artistas favoritos do público americano.

Superbowl XLIII: Deu Pittsburgh

O jogo acabou com a vitória do Pittsburgh Steelers sobre a zebra Arizona Cardinals por 27 a 23, com um dos finais mais emocionantes de toda a história do jogo. O wide-receiver Santonio Holmes foi eleito o melhor jogador em campo (MVP) e levou sua equipe à 7ª conquista de Superbowl na história.

Um espetáculo memorável que mostra bem quais são as prioridades dos investidores estadunidenses. A prova máxima de que na filosofia do “Pão e Circo”, o circo leva vantagem. Muita vantagem.


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Superbowl XLIII: Futebol, música e dólares, muitos dólares