(EFE) Industriais têxteis argentinos defenderam hoje a decisão da Alfândega do país de exigir licenças de importação para 800 produtos, e qualificaram a rejeição de empresários brasileiros à medida de "chamativa".

"É chamativo o fato de o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, exigir represálias contra a Argentina pela aplicação de medidas de controle ao comércio que só representam 4% do universo de sua produção", indicou em nota a Fundação ProTejer, que reúne a indústria têxtil local.

A entidade considerou que "se não houvesse medidas de controle, o prejuízo para a indústria têxtil e ao trabalho setorial poderia ser irreversível".

A posição da indústria têxtil está em consonância com a de outros empresários argentinos, que, na semana passada, rejeitaram a proposta da Fiesp de impor restrições a produtos importados da Argentina.

"Cabe destacar que esta manifestação do empresariado brasileiro ocorre em um momento em que as capacidades instaladas destes setores estão ociosas e em que o trabalho argentino periga", afirmou a fundação.

"O que Skaf esquece é que a Argentina veio contribuindo ao desenvolvimento da indústria têxtil brasileira, com um superávit comercial favorável a seu país na troca de produtos têxteis de US$ 1,69 bilhão nos últimos cinco anos", indicou o comunicado.

O chanceler argentino, Jorge Taiana, viajará na próxima terça-feira ao Brasil junto com os ministros argentinos de Economia, Carlos Fernández, e de Produção, Débora Giorgi, para se reunir com autoridades do Governo brasileiro.


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