Até quem não entende nada de rock sabe que o Iron Maiden é uma banda muito popular no Brasil. Basta andar nas ruas de qualquer cidade do País para ver pessoas de várias idades e classes sociais trajando camisetas da banda inglesa. Mesmo assim, não deixa de ser surpreendente ouvir do vocalista Bruce Dickinson que o show da turnê Somewhere Back in Time realizado neste domingo (15) em São Paulo, no autódromo de Interlagos, atingiu o maior público em uma apresentação individual do grupo em mais de três décadas de história: no total, foram cerca de 60 mil pessoas, segundo o cantor.


 


Deste número, não é difícil imaginar que mais de 80, até 90% da platéia seja fã fervorosa da banda. Pois, durante a performance de quase duas horas, o público não deixou de agitar em nenhum momento, a ponto de Dickinson pedir para que as pessoas na frente do palco ficassem mais calmas para que ninguém saísse machucado. A cada música, era possível olhar para os lados e perceber que muita gente sabia cantar as letras inteirinhas e, até, os solos – o som das guitarras era acompanhado com o já tradicional “ô ô ô”. E, nos intervalos, dá-lhe gritos de “olê, olê, Maiden, Maiden”, que ecoavam por todo o autódromo.


 


Embora já tenha subido no palco com o jogo ganho, o Iron Maiden não deixou por menos, realizando uma performance irretocável. Enquanto os outros músicos – o baixista Steve Harris, os guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers e o baterista Nicko McBrain – reproduziam cada nota à perfeição (e deu para notar bem, pois o som estava cristalino e muito bem equalizado), Dickinson deu um verdadeiro show de talento, carisma e animação. Sem desafinar em nenhum momento, o vocalista correu de um lado para o outro do palco, arrancava palmas e gritos da platéia e até, em um trecho mais descontraído, fez uma dancinha que fez o público gargalhar.


 


Na verdade, mesmo que o Iron estivesse em seus piores dias, seria difícil fazer com que o espetáculo não fosse bom. Afinal, para um qualquer fã de heavy metal, o repertório do show foi covardia. Das 16 músicas tocadas pelo grupo, só Rime of the Ancient Mariner, do disco Powerslave (1984) não é uma canção assim tããão conhecida. O resto foi só clássico do heavy metal: Aces High, que abriu o show, Run to the Hills, Fear of the Dark, Iron Maiden, The Evil That Men Do, Wasted Years… (Veja o repertório abaixo).


 


Com tantos fatores positivos, nem a fortíssima chuva que caiu em Interlagos durante a tarde de domingo e adiou o show em uma hora, além de estragar o telão e parte da pirotecnia armada no palco, foi um problemão. Tirando a banda brasileira Shadowside, que não pôde fazer a abertura por causa dos atrasos, todo mundo saiu satisfeitíssimo: o público, nem aí para os tênis sujíssimos do barro que se transformou a pista do show após o tal dilúvio, e a banda, que fez várias declarações de amor aos brasileiros. Foi uma noite que, tanto para o Iron Maiden quanto para a maioria do público paulistano, definitivamente entrou para a história.


 


REPERTÓRIO


 


Aces High


Wrathchild


2 Minutes to Midnight


Children of the Damned


Phanton of the Opera


The Trooper


Wasted Years


Rime of the Ancient Mariner


Powerslave


Run to the Hills


Fear of the Dark


Hallowed br Thy Name


Iron Maiden


BIS


The Number of the Beast


The Evil That Men Do


Sanctuary


 


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Iron Maiden faz show histórico em SP com clássicos do heavy metal