O que antes era apenas uma preocupação com a forte desaceleração da economia brasileira em 2009 com a crise internacional, já se transformou em um temor de um cenário de recessão também no Brasil. As perspectivas para o país tiveram uma piora expressiva na última semana. A avaliação é dos economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) para a elaboração do relatório Focus.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano, os analistas preveem agora avanço praticamente nulo, de somente 0,01%. Na última semana, a aposta era de expansão de 0,59%, sendo que há um mês o número era de 1,50%. A recuperação econômica deve vir somente em 2010, quando o Brasil deverá crescer 3,5%, segundo o levantamento do BC.
A indústria deve ser a principal responsável pelo desempenho pífio deste ano. A perspectiva é que a produção do setor caia 2%, contra aposta de queda de 1,59% na semana passada de expansão de 1,3% há um mês.
Com o cenário econômico pior, a taxa de juros também apresentaram queda nas projeções. De acordo com o Focus, a Selic deverá agora fechar 2009 a 9,25%, contra 9,75% da semana passada e 10,38% de um mês atrás.
Os principais índices de inflação também apresentaram queda nas expectativas. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial, recuou de 4,52% para 4,42% ao ano. Já o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu de 3,69% para 3,18%. A redução aconteceu também na perspectiva do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) que foi de 3,45% para 3,17%.
Entre os principais indicadores, o único que não apresentou alteração nas projeções, de acordo com o levantamento, foi o dólar. A moeda americana, a exemplo das últimas dez semanas, tem expectativa de fechar o ano cotada a US$ 2,30.
