Parece que o cantor franco-espanhol Manu Chao não é mais muito bem-vindo no México. Segundo o jornal francês Libération, as autoridades mexicanas estão considerando a possibilidade de expulsar o artista do País, acusando-o de meter o bedelho na política local.

Isso porque Manu Chao, em uma coletiva de imprensa, descreveu como “terrorismo de Estado” uma intervenção policial em San Salvador Atenco, no subúrbio da Cidade do México, em 2006. Pouco depois da declaração , o cantor, que participou do Festival Internacional do Cinema de Guadalajara, cancelou “por razões particulares” o show que faria após a exibição do documentário “LT22 Radio La Colifata”.

O autor de Clandestino estaria agora sob observação das autoridades da terra do presidente Felipe Calderón, que estaria “investigando o que foi dito, em que contexto e o que aconteceu (…)”. Ainda não se determinou se sanções serão aplicadas”, disse um comunicado de imprensa do Ministério do Interior.

A intervenção policial à qual Manu Chao se referiu ocorreu em 4 de Maio de 2006. Na ocasião, 2 mil policiais intervieram em uma insurreição popular organizada por camponeses de San Salvador Atenco. O saldo do confronto entre os agricultores e a polícia foi de duzentas pessoas detidas, duas mortas e 13 ainda presas. Há relatos de que brutalidade policial e abuso sexual ocorreram na ocasião.

O artigo 33 da Constituição mexicana estabelece que estrangeiros não podem, de forma alguma, interferir nos assuntos políticos do país “e que o governo tem autoridade exclusiva para tirá-los do território nacional, de imediato e sem julgamento”.


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Manu Chao opina sobre política do México e pode ser expulso do país