Organizações ambientais divulgaram uma nota pública ontem contra o que classificam de desmonte da política ambiental brasileira durante o governo Lula. De acordo com entidades como a WWF Brasil e o Greenpeace, o governo federal tem cedido a pressões de lobistas e colocado em risco a legislação ambiental. Uma Medida Provisória (MP) muito criticada, por exemplo, e que aguarda apenas a assinatura do presidente, é a MP 458. Segundo as ONGs, a medida legaliza a situação de grileiros na Amazônia e vai provocar o avanço do desmatamento na região.
Outra crítica é em relação ao Decreto 6848, que estipula um teto para a compensação ambiental de grandes empreendimentos. Para as ONGs, independentemente do prejuízo socioambiental, o empreendedor não terá que desembolsar mais que 0,5% do valor da obra, o que não incentiva a adoção de tecnologias mais limpas.
No mesmo dia em que as ONGs divulgaram a nota pública, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que permanece no governo, apesar das recentes divergências com colegas por questões ambientais. Estou firme, firmíssimo. Tremei, poluidores, disse. Minc participou de uma reunião com a atriz Cristiane Torloni e o presidente Lula nessa quinta-feira, um dia antes do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado hoje (5). A atriz faz parte do movimento Amazônia para Sempre e, junto com o colega Victor Fasano, defendeu a permanência do ministro no cargo. Vai ser muito ruim perder dois ministros do Meio Ambiente num mesmo governo, afirmou a atriz. Ela se referiu à saída da ministra Marina Silva do cargo, no ano passado.
