Pussy Riot
Uma das condenadas do grupo punk russo Pussy Riot, Nadezhda Tolokónnikova, está internada em uma clínica da região siberiana de Krasnoyarsk, anunciaram nesta sexta-feira (15) os serviços carcerários russos.
“É um hospital comum com muitas seções, mas apenas para presos”, informou um porta-voz dos serviços penitenciários de Krasnoyarsk à agência Interfax.
Nadezhda, que chegou na última terça-feira a Krasnoyarsk – a 4.400 km de Moscou – após 26 dias de transferência da prisão da região da Mordóvia, está sendo submetida a uma revisão médica.
Segundo a fonte, o Hospital de Tuberculosos de Krasnoyarsk, a maior clínica penitenciária de toda Sibéria, apesar do nome, não atende apenas a doentes de tuberculose.
“Em geral, Nadia (Nadezhda) está bem. Está sendo examinada e se recuperando após sofrer algumas dificuldades devido à greve de fome. Lê muito e estuda por sua conta”, disse à Interfax Piotr Verzílov, marido da integrante do Pussy Riot.
Nadezhda, assim como María Aliójina, cumprem dois anos de prisão por terem encenado uma “prece punk” no principal templo ortodoxo russo. O marido assegura que Nadezhda “está contente com o tratamento recebido e a estrutura do hospital”.
O marido da cantora denunciou que a longa duração da mudança de sua esposa foi uma medida de punição por suas denúncias de abusos na prisão da Mordóvia, onde esteve internada desde outubro de 2012.
“Nadezhda passou 26 dias viajando. Durante esse tempo, não se comunicou com seus parentes. Normalmente, os transferidos recebem essa possibilidade, mas Nadezhda não dispôs dela. Durante esse tempo esteve em prisões de passagem. Omsk, Tiumén e agora Krasnoyarsk”, disse.
Segundo o defensor público Vladimir Lukín, a jovem foi transferida a Krasnoyarsk, já que nasceu nessa região, e atualmente está detida na cidade de Norilsk.
Nesta semana, Lukín pediu ao Tribunal Supremo da Rússia revisar a sentença da cantora com o recurso apresentado pelos advogados da jovem, acrescentando que a pena “é muito severa para sua falta”.
“Claro, foi uma ação incorreta, mas merece um castigo administrativo, não uma sanção penal”, disse.
No final de setembro, Nadezhda se declarou em greve de fome para exigir sua mudança para outra prisão após denunciar os abusos na prisão da Mordóvia onde estava internada.
A artista e ativista denunciou na imprensa russa ameaças de morte por parte de companheiras de cela e a administração da prisão e os abusos, os maus tratos e as torturas a que são submetidas permanentemente as presidiárias.