A queda do dólar frente ao real de 15,7%, entre abril e junho deste ano, foi a maior sofrida pela moeda americana em um trimestre, na história do Brasil, segundo um estudo divulgado hoje pela empresa de consultoria Economática.
A desvalorização do dólar não era tão elevada desde o segundo trimestre de 2003 (-14,35%), quando a moeda brasileira se recuperava da forte queda que sofreu antes das eleições de 2002, diante do temor entre os empresários da provável eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
O dólar fechou ontem cotado a R$ 1,951 para a venda, frente os R$ 2,315 registrados no final do primeiro trimestre deste ano. O valor, no entanto, ainda está longe dos R$ 1,598 que chegou a alcançar em agosto, antes do agravamento da crise econômica global.
Segundo a Economática, o dólar acumulou nos primeiros seis meses deste ano uma depreciação de 16,49%, por isso, pode alcançar as históricas desvalorizações registradas em 2007 (-17,15%) e em 2003 (-18,23%).
“A depreciação da moeda americana deve garantir lucros para as empresas de capital aberto com dívidas negociadas em dólar”, afirmou a empresa de consultoria, em comunicado.
A desvalorização da moeda, no entanto, pode afetar os exportadores, cujas vendas no primeiro semestre deste ano acumularam US$ 69,952 bilhões, com uma queda de 22,8%, frente ao mesmo período no ano passado (US$ 90,645 bilhões).