Ultimamente só o que chega sobre a Argentina tem sido notícias sobre a gripe suína, mas a movida cultural do país anda forte como nunca.
Exemplo disso é a exposição Argentina Hoy, que está aberta em São Paulo e prossegue até o final de agosto. Depois, em setembro, a mostra segue rumo ao Rio de Janeiro.
No Centro Cultural Banco do Brasil estão exibidas obras de 32 artistas das mais diferentes plataformas das artes plásticas: escultura, serigrafia, instalação, fotografia e pintura. Tudo bem figurativo, conforme viés escolhido pelos curadores; o brasileiro Franklin Espath Pedroso e a argentina Adriana Rosenberg.
A provocação política também está em boa parte das obras, ora recriando cenas de conflitos recentes (como na obra de Tomás Espina, que pinta de pólvora queimada uma tela de 10 metros de comprimento), ora dando ares de revolução para fotos de protestos rurais (caso de Leonel Luna). Junto a este caráter de contestação estão as paródias de Leonardo Da Vinci, que aparecem tanto numa bizarra última ceia de Nicola Costantino (com uma mulher no lugar da comida) tanto numa versão de Dama com Arminho, feita por Constanza Piaggio. Também são destaques as sedas pintadas com canetas esferográficas de Matías Duville e as fotografias que fazem paisagens parecerem maquetes, criação de Esteban Pastorino.
Com força total na desconstrução de clássicos e pesada carga óptica nas telas, a exposição Argentina Hoy faz um bom retrato de como a arte contemporânea tem muito da escola clássica.
ARGENTINA HOY
Quando: Até 30 de agosto (SP). De 14/9 até 22/11 (RJ)
Onde: CCBB (Rua Álvares Penteado, 112 Tel: (11) 3113-3651
Quanto: Gratuito