O grupo de trabalho criado pelo Ministério da Defesa para tentar localizar e resgatar os restos mortais dos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia encerrou na segunda-feira (17) a primeira fase das escavações sem sucesso.

De acordo com nota divulgada na quarta (19) pelo ministério, as escavações tiveram início no último dia 12. Durante seis dias, os técnicos civis rastrearam e escavaram três áreas nas cidades paraenses de Marabá, Brejo Grande e São Domingos do Araguaia. Os peritos descartaram a necessidade de realizar novas buscas na mesma área.

Os técnicos também pesquisaram duas novas áreas com um radar de penetração terrestre (GPR ou Geo-Radar). Com base na análise dos dados, os geólogos e geofísicos das universidades de Brasília e Federal do Ceará decidirão sobre as chances de encontrar algum vestígio de restos mortais nos dois locais: uma mata conhecida como Complexo Matrinxã e uma área de pastagem próxima à cidade de Brejo Grande do Araguaia.

O Ministério da Defesa também informou que os técnicos irão pesquisar áreas na Base de Xambioá, no Tocantins, na Reserva Indígena Sororó, na Clareira do Cabo Rosa e nas bases de Bacaba e Cabo Rosa, no Pará.

Outras áreas poderão ser rastreadas e escavadas, caso o grupo de trabalho recolha novas informações e indícios sobre restos mortais de desaparecidos. Ontem (18), o secretário especial dos Direitos Humanos, ministro Paulo Vannuchi, afirmou que os trabalhos de busca sódevem ser concluídos em abril de 2010.

As áreas onde as buscas ocorrem foram definidas com base em relatórios da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, livros sobre o tema, documentos governamentais e indicações de pessoas que presenciaram as mortes e a ocultação dos corpos e que, hoje, servem voluntariamente como guias dos técnicos.

O grupo de trabalho é composto por militares, antropólogos, geólogos, médicos legistas e observadores nomeados pelo Ministério da Defesa, entre eles um jornalista e um ex-deputado. A ausência de representantes de parentes dos desaparecidos foi criticada pela Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.


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Técnicos encerram primeira fase das buscas por restos mortais de desaparecidos do Araguaia