Na manhã do dia 24 de agosto de 1954, o Brasil acordou sob choque: o presidente da República, Getúlio Vargas, havia cometido suicídio durante a madrugada, com um tiro no coração.

Veja um infográfico com a cronologia de Getúlio aqui.

Vargas colocou fim à própria vida em seu quarto, no Palácio do Catete, então sede da Presidência, já que o Rio de Janeiro ainda era a capital do país. Hoje, o local abriga um museu, onde, durante este mês, será possível inclusive ver o pijama e a arma usados pelo ex-presidente naquela noite.

Ainda hoje admirado por muita gente, Getúlio era conhecido como “o pai dos pobres”, por ter garantido uma série de direitos às classes menos favorecidas. Foi ele, por exemplo, que instituiu o salário mínimo, a CLT e a Carteira de Trabalho.

No entanto, ele está longe de ser unanimidade. Presidente duas vezes, ocupou o cargo, no total, durante 18 anos, sendo, de longe, quem passou mais tempo no comando do Brasil. Durante esse período, chegou a dar um golpe de estado, fechou o congresso e tomou diversas outras medidas consideradas ditatoriais.

Sua atitude extrema foi motivada pelas pressões cada vez maiores para que renunciasse ou se afastasse do cargo. A crise explodiu depois que Carlos Lacerda, seu principal crítico, sofreu um atentado, no qual seguranças do presidente estavam envolvidos.

Até que, quase 20 dias após o atentado, Getúlio convocou uma reunião ministerial para a noite de 23 de agosto de 1954. Nela, o então presidente finalmente concordou em se licenciar, sob algumas condições.

A nota oficial que anunciava a decisão, divulgada poucas horas antes de sua morte, dizia:

“Deliberou o Presidente Getúlio Vargas … entrar em licença, desde que seja mantida a ordem e os poderes constituídos …, em caso contrário, persistirá inabalável no propósito de defender suas prerrogativas constitucionais, com sacrifício, se necessário, de sua própria vida”.

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Há 55 anos, o presidente Getúlio Vargas cometia suicídio