O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é “fantástico” que, “pela primeira vez”, não haverá candidatos de direita nas eleições presidenciais de 2010, as primeiras desde o retorno do voto direito nas quais que ele não concorrerá ao cargo.
Em discurso na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Lula considerou que “não há melhor conquista” democrática do que contar apenas com candidatos presidenciais procedentes do espectro de partidos políticos de esquerda.
Segundo o presidente, em outras eleições havia um candidato de centro-esquerda ou esquerda contra “os trogloditas da direita”.
Lula disse que a situação “começou a melhorar” nas eleições de 1994 e 1998 que ele disputou e perdeu para Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, quando o nível da campanha foi “elevado”.
No pleito de 2002, quando Lula superou nas urnas o governador de São Paulo, José Serra, também do PSDB, o nível da disputa “continuou” igual, mas houve um “retrocesso” quatro anos mais tarde, quando se reelegeu vencendo Geraldo Alckmin (PSDB).
Para 2010, segundo Lula, quatro ou cinco políticos disputarão a Presidência, todos eles com origem na esquerda, o que considerou como “inédito” e “fantástico”.
Lula comentou que esta situação se explica porque a direita atualmente “é mais progressista” e também porque “se misturou” com muitos partidos de esquerda.
Até agora, nenhum partido confirmou oficialmente seu candidato para o pleito de outubro do ano que vem, mas algumas legendas já apontam possíveis candidaturas.
Nas pesquisas, aparecem nomes como José Serra e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pelo PSDB, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que já foi escolhida como pré-candidata pelo PT.
Além deles, há a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que se filiou recentemente ao Partido Verde (PV) e admitiu que estuda a possibilidade de disputar as eleições de 2010, e o ex-ministro Ciro Gomes, do PSB.