O cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, arcebispo de Cape Coast (Gana) e relator do segundo Sínodo de Bispos para a África, disse hoje que a Igreja Católica está preparada para ter um papa negro e defendeu o uso do preservativo por casais caso um dos cônjuges tenha AIDS.

Durante o Sínodo, cujos debates começaram hoje no Vaticano, Turkson acrescentou que a Igreja Católica é universal e representa todos os continentes, motivo pelo qual “não se deve excluir a possibilidade” de um papa negro, nem pensar que não há africanos “à altura” do cargo.

“Tivemos um secretário-geral da ONU que era de Gana (Kofi Annan), agora o presidente dos Estados Unidos (Barack Obama) é negro”, lembrou Turkson.

Além disso, Turkson se mostrou favorável ao uso do preservativo por casais caso um dos dois esteja contaminado pelo vírus da aids, mas bateu na tecla da fidelidade e denunciou que preservativos de baixa qualidade são vendidos na África, “que dão um falso sentido de segurança e fazem aumentar o contágio”.

Turkson deu tal opinião depois de ser perguntado em entrevista coletiva sobre o que a Igreja pode fazer para lutar contra a AIDS em um continente como a África, onde 27 milhões de pessoas são portadoras do vírus HIV.

Segundo o cardeal, a Igreja aposta na fidelidade e em novas formas de conduta. Ele também disse que recomendaria a abstinência sexual para uma pessoa com AIDS ou o uso do preservativo no caso de um casal.

Turkson ressaltou, além disso, a importância dos novos medicamentos retrovirais na luta contra a AIDS.


int(1)

Cardeal defende preservativo e papa negro