O mundo é unânime em afirmar que o Brasil foi um dos países que menos sentiu o impacto de crise internacional. No entanto, mesmo dentro do país, os efeitos foram diferentes de acordo com a região. Isso é o que comprova a pesquisa do Centro de Políticas Sociais (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Pelo levantamento, a região metropolitana de São Paulo foi a que mais sentiu os impactos. Foi a única em que a miséria aumentou em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A expansão da classe E no período foi de 5,91%, enquanto na média das outras regiões pesquisadas a miséria caiu 4,82%
Para a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o economista-chefe do CPS, Marcelo Neri, explicou que a região da capital paulista é muito ligada à industria e ao sistema financeiro, que foram os setores mais atingidos com a crise. O lado positivo é que no país a miséria caiu, mesmo levando em consideração o mês de agosto de 2008, antes da crise.
A FGV realiza o estudo com base nos dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ela indicou que São Paulo teve em agosto o menor crescimento do conjunto de pessoas das classes de renda A, B e C, de 0,19%, entre as regiões no estudo. As classes alta e média tiveram maior aumento em Recife, com 6,05%.
Neri destacou que como a proporção de famílias mais pobres em São Paulo é menor, o impacto de programas sociais como o Bolsa Família é menor do que em estados do Nordeste. A renda média na região da capital paulista caiu em 2,78% por habitante na comparação anual, passando de R$ 883,06 para R$ 858,48.
A capital brasileira com maior renda por habitante no período entre 2005 e 2008 é Florianópolis, com R$ 1.161,18. Em seguida vem Porto Alegre, com R$ 1.153,89; Vitória, com R$ 1.149,51; Brasília, com R$ 1.098,55, e Curitiba, com R$ 1.035,64. Ainda ficaram à frente de São Paulo, o Rio de Janeiro, com R$ 950,14, e Belo Horizonte, com R$ 941,60.