O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (14), em audiência pública na Câmara dos Deputados, que o local da gráfica de onde foi furtada a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado sem autorização do Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais (Inep).
Segundo Haddad, uma equipe de técnicos do Inep visitou a gráfica, e os procedimentos de segurança na impressão estavam garantidos. Mas, cerca de dez dias antes da realização do exame, teria sido aberto um galpão vizinho ao setor de impressão para que fossem feitos os kits de prova que seriam distribuídos no estado de São Paulo.
O plano logístico foi alterado nos últimos dias, colocando as provas em um ambiente inseguro, em contato com pessoas recém-contratadas para um procedimento que precisa ser envolto em um ambiente de total segurança, criticou.
Pelo contrato estabelecido com o Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel), rompido após o vazamento das provas, ficou acertado que a impressão seria feita na Gráfica Plural, em São Paulo.
O manuseio para a montagem dos cadernos de prova ficou sob a responsabilidade da Funrio e seria feito em um galpão no Rio de Janeiro previamente vistoriado pelo Inep. Somente as provas de São Paulo seriam montadas no próprio estado.
Criou-se um ambiente que não havia recebido a visitação do Inep para que os procedimentos de segurança fossem avaliados. É nesse ponto que está sendo focada a auditoria. E, se ficar demonstrado que essas providências foram tomadas dessa maneira, fica caracterizado que o ambiente não era seguro, afirmou.
Durante esta quarta, o ministro participa da audiências na Câmara e no Senado para prestar esclarecimentos sobre o adiamento do Enem.