Quando o assunto é encerrar a carreira profissional no esporte, muitos atletas acabam demonstrando uma extrema dificuldade de largar o dia a dia esportivo. Fato é que muitos optaram por seguir dentro desta rotina de alguma outra maneira para que ainda se sintam inseridos no meio em que viveram boa parte de suas vidas.

Assim surgiu a categoria dos cartolas românticos: aqueles que não realizam esta função inspirados em suas formações e ambições profissionais. Seja por gratidão, vocação descoberta ao longo dos anos ou até mesmo para investir uma parte de suas fortunas, muitas personalidades do esporte – e de fora dele -, investem em suas paixões esportivas dedicando-se ao trabalho de bastidores e gerenciamento.

Zico, ídolo do Flamengo, é um destes exemplos. Em paralelo às atividades de técnico de futebol (que, diga-se de passagem, foi incorporada à carreira do Galinho depois da experiência como cartola), ele também é o fundador do CFZ, o Centro de Futebol Zico. Para completar, é apontado a cada temporada, inclusive por dirigentes da Gávea, como o homem que vai assumir a bronca e gerenciar o departamento de futebol do clube.

Outros ex-jogadores que exercem a função de cartolas são os tetracampeões Zinho e Romário. O meia ajudou a fundar o Nova Iguaçu e o baixinho agora dirige o futebol do América-RJ. Ambos são motivados por um sentimento em comum: o ex-palmeirense teve a iniciativa de investir em uma equipe de sua cidade natal; e o artilheiro dos mil gols só assumiu o gerenciamento do Mecão pelo velho amor – conhecido do público-, que seu pai, Seu Edevair (falecido em 2008), nutria pelo time vermelho e branco.

Quem entrou no ramo dos dirigentes esportivos já com alguma experiência, evidentemente, mas também por gostar muito de futebol, é Flavio Briatore, ex-diretor da equipe Renault de F1. Recentemente, o italiano se envolveu na polêmica do GP de Cingapura de 2008 e, por este motivo, não só no automobilismo, está sendo estudado o seu banimento do esporte. Desta forma, seria excluído do comando de seu clube. Para quem não sabe, Briatore é co-proprietário e diretor do Queens Park Rangers, da terceira divisão do futebol inglês.

O chinês Yao Ming, de 2,29m  – e, ao que parece, um coração tão grande quanto sua estatura-, não se esqueceu de suas raízes no basquete. Ele não se deslumbrou por ser um dos maiores astros dos últimos anos da NBA. Ao saber que o Xangai Sharks, clube que o revelou, passava por dificuldades financeiras na China, o gigante resolveu comprar todas as ações da equipe, tornando-se o dono único.

E tem até artista consagrado da música mundial que colocou sua devoção (e sua grana) à disposição do clube de coração. Em 1976, três anos após tornar-se diretor do Watford FC, o cantor e compositor britânico Elton John comprou a equipe. Até hoje a gestão do hitmaker pode ser considerada a de maior sucesso na história da agremiação. Em pouquíssimo tempo, o time subiu para a 1ª divisão inglesa e chegou ao vice-campeonato na temporada de 1983. Há alguns anos, discordando de outros dirigentes do clube, o músico deixou o posto.


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Cartolas por opção: famosos que escolheram gerir suas paixões esportivas