O presidente Luiz Inácio Lula de Silva pedirá ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a outros líderes mundiais que vão à cúpula em Copenhague sobre mudança climática, a fim de superar a estagnação nas negociações.

Lula fez estas afirmações em entrevista nesta sexta-feira (6) ao jornal Financial Times, na qual disse que falará com Obama na próxima semana para que viaje a Copenhague de 16 a 17 de dezembro, últimos dias da cúpula, a fim de evitar o fracasso da reunião.

“Talvez não cheguemos a um acordo devido à deficiência da liderança global. As discussões foram encarregadas aos assessores, mas é melhor que os que digam sim ou não sejam os primeiros-ministros e os presidentes”, disse.

Lula mencionou o presidente da China, Hu Jintao, e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, como participantes importantes, e acrescentou que ele próprio comparecerá se outros líderes fizerem o mesmo.

O presidente também pediu aos países mais ricos que comprometam mais recursos para ajudar as nações mais pobres a reduzir as emissões poluentes.

O jornal especifica que este pedido, vindo do presidente de um país que cresceu muito nos últimos anos, representa uma pressão sobre outros líderes mundiais para que vão a Copenhague.

O representante americano em matéria de mudança climática, Todd Stern, disse que Obama assistirá à cúpula se houver a possibilidade de um acordo.

Na última reunião formal antes da cúpula em Copenhague, realizada em Barcelona (Espanha), a ONU e os países desenvolvidos colocaram ontem a perspectiva de que as negociações continuarão até o final de 2010.

Prêmio

Na quinta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu em Londres o prêmio Chatham House, concedido anualmente, como “uma homenagem ao povo brasileiro”, que para ele foi “o principal protagonista da grande transformação” do país.

No discurso de agradecimento ao prêmio, dado à figura que mais contribuiu para melhorar as relações internacionais no último ano, Lula falou das conquistas alcançadas sob sua Presidência e destacou, sobretudo, a capacidade para, pela primeira vez, redistribuir riqueza.

O presidente celebrou o fato de ter conseguido “combinar crescimento com justiça social” e de investir na fórmula de que era “necessário primeiro crescer para depois distribuir”.

Lula citou o espírito pacifista do Brasil, um país segundo ele sem armas de destruição em massa e partidário de um enfoque multilateral mais amplo na esfera internacional.


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Lula pedirá a Obama e outros líderes que vão a cúpula em Copenhague