Uma semana antes de Obama anunciar o envio de mais 30 mil soldados para o Afeganistão, os democratas norte-americanos já estavam pensando numa solução para o deficit orçamentário recorde (US$ 1,417 trilhão em 2008-09, 10% do PIB) que o país enfrenta. Eles apresentaram um projeto de lei pela criação de uma taxa suplementar para financiar as despesas futuras no Afeganistão, sob o nome de “Lei de Partilha do Sacrifício”.


 


O objetivo do imposto é financiar um novo deslocamento de tropas e limitar o impacto sobre o deficit do país, já que os novos planos para a guerra custarão US$ 30 bilhões (mais de R$ 51 bilhões) no próximo ano.



Quem encabeça o projeto é o presidente da comissão de controle das finanças do Pentágono, John Murtha, e Dave Obey, líder da comissão encarregada de distribuir as despesas federais. O texto prevê, no entanto, um prazo de um ano para sua aplicação.


 


No projeto “Lei de Partilha do Sacrifício”, ex-combatentes que serviram no Iraque e no Afeganistão desde o 11 de Setembro ficariam isentos, assim como as famílias dos soldados mortos em combate. O imposto, gradual, seria dividido em três parcelas: as famílias com renda de até US$ 150 mil (mais de R$ 258 mil) por ano suportariam uma taxa de 1%; as com rendimento entre US$ 150 mil e US$ 250 mil (mais de R$ 430 mil) e as que ganhassem mais de US$ 250 mil arcariam com uma alíquota variável, em função do custo da guerra no ano precedente.


 


Quem não está muito receptivo com a ideia de uma nova taxa são os republicanos. Segundo um porta-voz do senador McCain, “ele se opõe categoricamente aos aumentos de impostos e faz um apelo aos responsáveis pelas finanças no Congresso a eliminar despesas inúteis”.


 


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Democratas querem criar imposto para financiar envio de tropas ao Afeganistão