O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, pediu em carta enviada aos líderes da América, que os Governos apóiem as “manobras” para “limpar” o golpe de Estado que o tirou do poder no dia 28 de junho.
Zelaya divulgou nesta sexta-feira (4) a carta que enviou na quinta (5) aos presidentes americanos, à Organização dos Estados Americanos (OEA), às Nações Unidas e à União Europeia (UE).
“Agradeço seu apoio por resgatar a vigência da democracia hondurenha e, da mesma maneira, ratifico minha enérgica reivindicação aos Governos que se pronunciaram em apoio às manobras para limpar o golpe de Estado, aprovando um processo eleitoral espúrio, que encobre as violações dos direitos humanos e das nossas leis, para deixar impunes seus crimes cometidos”, afirmou.
Em outro discurso transmitido pela Rádio Globo de Honduras, Zelaya apontou os Estados Unidos entre os países que apóiam o golpe de Estado com suas “manobras”.
Em sua carta, reiterou que, ao ter rejeitado sua restituição na quarta-feira, “o Congresso Nacional de Honduras ratifica sua co-autoria no golpe de Estado militar, ao ratificar o decreto que quebrou a Constituição” no dia 28 de junho.
O motivo da carta aos presidentes, segundo Zelaya, é “informar sobre os atos criminosos e antidemocráticos cometidos pelo Congresso Nacional de Honduras ontem (na quarta-feira) ao referendar, via moção, o decreto inconstitucional de 28 de junho, utilizado para justificar o golpe de Estado militar”.
“A ratificação do decreto é uma clara aliança dos deputados e dos militares”, disse, ao lembrar as circunstâncias em que foi deposto, e que, nesse mesmo dia, “o Congresso Nacional falsificou minha renúncia e, em um abuso de autoridade, emitiu um decreto ilegal em que ‘me separa do cargo de Presidente Constitucional’, sem contar com essas faculdades constitucionais”.