O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse nesta quarta-feira que a União Europeia (UE) deve adotar um imposto sobre as emissões de gás carbônico (CO2) como o preparado pela França e que será reformulado após ter sido reprovado no Conselho Constitucional.
“Lutarei para que a Europa adote um imposto sobre o carbono”, afirmou Sarkozy em discurso no qual fez um balanço da economia em 2009 e falou sobre os projetos para este ano, pouco depois de confirmar que esse tributo começará a ser aplicado na França no segundo semestre de 2010.
Segundo Sarkozy, a cobrança do imposto no conjunto da UE igualaria as empresas europeias às do resto do mundo que não estão submetidas ao mesmo tipo de regras, como as cotas de emissão de CO2.
O presidente francês apontou a contradição de “impor restrições ambientais a nossas empresas e aceitar os produtos das empresas que não respeitam nenhuma limitação” equivalente.
O imposto sobre o carbono que o Governo francês incluiu em seu projeto de orçamento para 2010 e que deveria entrar em vigor no último dia 1º, previa que particulares e empresas teriam que pagar, com a compra de produtos ou serviços, 17 euros por tonelada de CO2 gerada.
No entanto, o Conselho Constitucional anulou a proposta no último dia 29 ao considerar que não respeitava o princípio de igualdade, já que ficavam isentas deste novo encargo as grandes companhias francesas industriais já incluídas no mercado europeu de cotas de emissão de CO2.
Com essa isenção, o Executivo francês pretendia que esses grupos não fossem prejudicados na concorrência com outras empresas da UE com um imposto que não existe na maior parte dos países europeus.
Nesta quarta, Sarkozy anunciou que seu ministro da Ecologia, Jean-Louis Borloo, apresentará um novo projeto sobre o tema no próximo dia 20.