Todo mundo que não esteve isolado em uma caverna nos últimos dias já ouviu ao menos uma vez o tema oficial desta edição da Copa do Mundo: Waka Waka, da cantora Shakira. Mas o refrão absurdamente grudento da música (Waka Waka Hey Hey!) é bem mais velho e famoso do que todo mundo imagina: as origens da melodia foram localizadas em tantos lugares diferentes do globo que fica difícil imaginar um som tão globalizado. Esse blog dedicou um post às origens do Waka Waka, refrão que percorreu um longo caminho antes de ir parar nos estúdios de Shakira. Vale a pena conferir o trabalho que deu mapear as origens desse som.
Stefanie Gaspar (repórter de música)
Tinariwen – Ao vivo no Bonnaroo
Sempre cheio de material legal, o site da NPR tá LOTADO de shows na íntegra que rolaram no festival Bonnaroo no último fim de semana. Tem Melvins, Dead Wheather, LCD Soundsystem, Norah Jones, She & Him e muito mais. Minha escolha é o Tinarawen, banda balinesa de música folclórica árabe com um pé tamanho 45 no blues. Eles se apresentaram na abertura da Copa do Mundo deste ano e deixaram uma bela impressão com suas guitarras marcantes e coros hipnóticos. A gravação do show está simplesmente perfeita. Perfeito para o “relax” de segunda.
Luiz Filipe Tavares (repórter de música)
Marcelo D2 – Eu Sou Ronaldo
Normalmente, músicas feitas para a Copa do Mundo são um desastre, especialmente no Brasil. Mas o rapper Marcelo D2 matou a pau em Eu Sou Ronaldo, feita para Ronaldo Fenômeno às vésperas da Copa passada. A música é um samba-rap espertíssimo, especialidade de D2, e com uma letra que capta muito bem a carreira do atacante do Corinthians, às vezes mais parecida com uma novela mexicana. OK, Ronaldo foi mal na Copa 2006 e o Brasil perdeu feio, mas o som continua sendo um golaço no ângulo.
Denis Moreira (editor de diversão)
Zeca Pagodinho – Deixa a Vida me Levar
A minha sugestão vem da Copa do Mundo de 2002, realizada do Japão e na Coreia do Sul, onde o Brasil faturou o pentacampeonato Mundial. Deixa a vida me levar, de Zeca Pagodinho, foi uma das canções, ao lado de Poeira, de Ivete Sangalo, que embalou a seleção canarinho ao quinto título. E como bom admirador de samba que sou, ai vai a sugestão.
Luiz Antônio Teixeira (repórter de esporte)
Jorge Ben – Zagueiro
Ninguém cantou o futebol com tamanha perfeição quanto Jorge Ben. Flamenguista doente, o mestre do samba-rock brasileiro cravou clássicos como Fio Maravilha e Umbabarauma (Ponta de Lança Africano) no imaginário popular, mas, em tempos de dunguismo, nenhuma música é tão apropriada para o Brasil nesta Copa quanto Zagueiro, do álbum Solta o Pavão, lançado em 1975. Em meio ao balanço inerente da mão direita de Jorge, a letra elenca as qualidades de um zagueiro perfeito, técnico, frio e calculista, mas que sabe ser ríspido e chutar a bola longe quando necessário. No vídeo, além do original há uma versão da banda catarinense Pipodélica, gravada para um documentário sobre o futebol local e que injeta lisergia na canção.
Tiago Agostini (editor de home)
Em 1990, o New Order compôs o tema da seleção inglesa para a Copa. Contrariando uma tradição de hinos patriotas cafonas e forçados, o quarteto de Manchester se saiu com um resultado pra lá de cool… mesmo sendo dance-pop alegre… mesmo tendo um coro dos jogadores ingleses no referão… e mesmo contando com um rap, sim um rap, feito pelo lateral John Barnes. Pois, contra todos estas improbabilidades, o New Order arrebentou mais uma vez.
Camilo Rocha (editor de música)
Em clima do jogo da seleção, o music monday vai ser verde e amarelo. A indicação vai para o disco clássico do Ratos de Porão, Brasil. Lançado em 88 e produzido pelo gringo Harris Johns (Tankard, Sodom, Helloween), o álbum é um dos marcos da carreira do grupo paulistano. Com a icônica capa de Marcatti, que retratava a paixão e as injustiças brasileiras, as músicas eram verdadeiros retratos da época. Difícil achar defeito em um disco que trazia pedradas como Amazônia Nunca Mais, Retrocesso, Terra do Carnaval e Aids, Pop, Repressão. Se a seleção brasileira ganhar, escute esse disco no último volume para comemorar. Se perder, faça isso também…
Jean Felipe (repórter de música)
Revendo esse vídeo no YouTube me dei conta de que tô velha! Sei a letra inteirinha desta música que foi a trilha “oficial” da seleção brazuca no mundial de 82, na Espanha. Pra mim, essa foi a primeira Copa da minha vida. Ganhei o compacto 7 polegadas com a hino canarinho do meu pai. Na capa, uma foto do jogador (zagueiro? atacante?! sei lá…) Junior, que cantava a música, com uma cabeleira afro bem estilosa. Lembro também do uniforme agarradinho do Brasil, que deixava as pernocas do jogador Éder ainda mais roliças. Nossa, como sou vintage…
Claudia Assef (editora executiva)
Cock Sparrer – Trouble on the terraces
Fora do ritmo da Copa, minha trilha de hoje é um repúdio às vuvuzelas. Achava elas lindas como uma marca da torcida sul-africana, mas já deu né? Em todos os jogos não rola. Prefiro ouvir os chants dos hooligans, as hinchadas das barrabravas, os gritos e as vaias. Agora parece que o estádio vaia durante o jogo inteiro! Longe de mim incentivar a violência nos estádios, que é uma grande babaquice, mas como dizem os hooligans ingleses do Cock Sparrer em “Trouble on the terraces” (Confusão na Arquibancada), é tudo parte do jogo, parte da atmosfera. E que em 2014 volte o embate sonoro nas arquibancadas!
Rafael Takano (repórter de news)
