Kaká já parece um cidadão do mundo. Na sua entrevista coletiva, fez um desabafo ao que chama de “perseguição religiosa” do jornalista Juca Kfouri (Folha de São Paulo, ESPN e Rádio CBN). Tem todo direito de se manifestar, como Juca tem espaço livre para argumentar. Sem baixarias, melindres e em alto nível.
É muito claro que Dunga blindou o elenco muito bem. Os resultados mostram que nunca se conseguiu tanto êxito nos objetivos traçados.
Mesmo BLINDADO, os jogadores não mudaram sua rotina de concentração. NÃO É UM EXÍLIO. Todos continuam falando com familiares e amigos próximos. E tem acesso as notícias.
Há uma aresta que precisa ser aparada: o litígio com parte da imprensa. A preocupação é de que problemas ou divergências externos interfiram no ambiente. A CBF mantém boa relação com quem compra e exige, como todo o direito, um bom produto.
Dunga está escancarando o único ponto de vulnerabilidade da seleção. Se realmente for o estrategista que tem se mostrado acaba com isso. E logo. Termina com o desconforto de entrevistas que mais parecem ataque contra defesa.
Como disse Luiz Felipe Scolari, com a experiência de quem sabe dos problemas com jornalistas, “conquista o título primeiro, depois manda todos os desafetos para o inferno”.
Que todos se desarmem. Ninguém ganha com isso. O telespectador/leitor/ouvinte fica sem a palavra do treinador da seleção brasileira. E Dunga acumula desafetos que nem verá pelo resto da vida. Motivação desnecessária.
Reação em cadeia
A França foi apenas a primeira vitima do efeito EUROPA. O final de temporada alia desgaste físico e emocional. Outros grandes podem ter o mesmo destino.
Grupo A
Não foi o “jogo de compadres” que poderia ter sido caso as duas equipes estivessem disputando, de fato, uma vaga as oitavas de final. Uruguai e México cumpriram, e bem, o papel que se esperava: partida movimentada e boas possibilidades de gol dos dois lados.
Os uruguaios terminam em primeiro lugar com uma defesa consiste: três zagueiros, dois volantes e nenhum gol sofrido.
A França se despede de forma melancólica. E pela primeira vez o país-sede é eliminado na primeira fase. A África do Sul provavelmente não estaria na Copa se disputasse as eliminatórias.
Os técnicos estrangeiros acabaram com o que os africanos tinham de melhor: a imprevisibilidade.
É o caso dos anfitriões com Joel Santana e Parreira; Costa do Marfim com Eriksson; Camarões com Paul Le Guen…
Grupo B
O sueco Lars Lagerback também não conseguiu entender as características africanas. Ou seria falta de comprometimento?. Os nigerianos correram muito, foram aplicados taticamente e perderam a vaga.
Os sul-coreanos aprenderam com a chance que tiveram em 2002. O legado que ficou por ter organizado o Mundial foi a evolução do seu futebol. Bom desempenho no segundo tempo contra a Argentina e vitória com autoridade sobre a Grécia. O problema está na finalização.
Os gregos não chegam a ser decepção. Apaixonados por futebol, eles sabem que a equipe limitada e quadrada da Copa não avançaria. O misto argentino foi muito superior.
Maradona (com a ajuda de Billardo e Mancuso) não mudou apenas a forma de atuar. Mudou o astral.
Não se trata de supremacia, mas o desempenho dos sul-americanos nesse Mundial coloca as eliminatórias como uma boa referência.
Colaboração: Raphael Prates
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