Questionado por malas brancas, entregas de resultados e todas as polêmicas de sempre, o Campeonato Brasileiro de 2010 também ficou marcado por coisas bonitas. Fora dos gramados, as torcidas deram show, encheram os estádios e como todos os anos empurraram os seus times de coração.

No entanto, um ingrediente especial esteve nas arquibancadas brasileiras. A Petrobras realizou uma série de vídeos com cada uma das 20 torcidas da Série A do Brasileirão. Toda a aventura foi acompanhada por Gabriel Godoy e Fabiano Tatu e se tornou um documentário de 30 minutos que será televisionado pela ESPN Brasil no próximo dia 12.

Em entrevista exclusiva ao Portal Virgula, Fabiano Tatu revelou quais torcidas mais te emocionaram, de onde surgiu a ideia do projeto, comenta a condição dos estádios e muito mais que você vê abaixo com direito a vídeos produzidos pela Petrobras.

Virgula Esporte: De onde surgiu a ideia de fazer um vídeo com todas as torcidas?

Fabiano Tatu: A idéia partiu do Cristiano Dias e Arthur Louback, que podem ser considerados os pais desse projeto. Originalmente, envolvia um argentino, que seria o cara a viajar pelo Brasil, conhecendo de perto as torcidas do Brasileirão da Série A. No entanto, perceberam que mesmo nós, brasileiros, não conhecemos tão bem a realidade de vários dos clubes e das torcidas do nosso campeonato. Sendo assim, optou-se por esse formato visto ao longo dos 20 vídeos, o qual, no nosso entendimento, era o que melhor poderia mostrar como isso funciona, porém de uma perspectiva ainda pouco explorada: a do torcedor.  

VE: Qual foi a torcida que mais te emocionou?

FT: Bom, eu sou Flamengo e a gente encerrou as gravações do vídeo do Fla no jogo contra o Guarani, uma partida que valia muita coisa pro clube e que teve o Engenhão lotado. Foi muito emocionante estar ali pra fazer o registro daquela festa, uma experiência nova pra mim, acostumado a ir apenas como mais um torcedor.  Agora, foram muitos momentos emocionantes. Em Curitiba, gravando a torcida do Atlético-PR, e em Fortaleza, com o Ceará, tive a oportunidade de subir nos caixotes usados pelos puxadores da Fanáticos e Cearamor, respectivamente. Olha, é muito louco ficar ali em cima e ser observado por uma multidão, que espera ansiosamente por um movimento teu, qualquer um, pra poder fazer igual e dar seqüência àquela energia toda. No Castelão, então, com 50 mil pessoas, foi sensacional!

VE: E qual proporcionou a melhor história?

FT: Tenho muito carinho pela história contada pelos torcedores do Atlético-GO, um clube que já tinha seu fim decretado, literalmente. Os caras perderam tudo, ficaram praticamente fora de qualquer divisão, enfim, estavam acabados. Mas a torcida nunca se conformou com essa condição, tratou de pegar o clube no colo e o ressuscitou. Ver esse mesmo clube chegar à primeira divisão de um campeonato tão difícil como o nosso, é incrível. E isso apenas cinco anos depois de ele ter sido quase riscado do mapa. Essa história, pra quem sabe o que é amar de verdade o clube do coração, mexe pra caramba com a gente.

 
VE: Qual o estádio que mais te agradou?

FT: A Arena da Baixada. Sem dúvida o estádio mais moderno e infra-estruturado do Brasil, hoje.

VE: Alguma das torcidas te decepcionou quanto a receptividade e empolgação durante o jogo?

FT: Nenhuma. Agora, na reta final, é claro que umas foram menos animadas que outras. Mas teve mais a ver com o fato de seus times já não terem grandes aspirações no campeonato.   
VE: Depois de ver tantos torcedores, consegue explicar de onde vem tanta paixão por futebol?

FT: Impossível! Não dá pra explicar. Não existe qualquer motivação racional pra tanta devoção, tanta entrega. Amor não se define.

VE: Os jogos que você acompanhou os times mais venceram ou perderam?

FT: Venceram muito mais! Demos sorte pros times mandantes na maioria dos casos. Foram 39 pontos, sendo 12 vitórias, três empates e cinco derrotas. Se considerar que só “jogamos” um turno, dava pra disputar o título tranqüilamente, né?  

VE: Vendo as estruturas de diversos estádios, o Brasil tem condição de receber uma Copa?

FT: Vai ter. Hoje não teria, é claro. Há, sim, muita coisa a ser feita, mas isso é absolutamente normal. Temos tempo e estou certo de que tudo ficará pronto e bem feito.

VE: Que time você torce?

FT: Sou Flamengo.


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Estrela do "Brasileirão Petrobras", Fabiano Tatu fala da emoção de acompanhar torcidas da Série A